Espaço de Opinião
14/04/2015 | Empreendedor na Cruz
Por Gustavo Schifino,
* Presidente da CDL Porto Alegre
O primeiro tributo nasceu há priscas eras. Um pequeno grupo de empresários que precisava cuidar de seus empreendimentos de sol a sol, afastando suas plantações de todos os males, se reuniu e contratou seu José e dona Maria, para que ele, hábil com o machado, abrisse caminho e defendesse a pequena vila, e ela, conhecedora das ervas e costumes, proveria saúde e ensinamento às famílias. O justo provento de Maria e José, dividido entre os produtores, foi o primeiro imposto.
Passados centenas de anos, continuamos precisando de “Josés” e “Marias”. Por pura evolução quantitativa, os empreendedores, passaram a eleger uma pessoa, responsável por todas as contratações necessárias. Surgiu então o Sr. Governo.
O problema é que o Sr. Governo, na maioria dos casos, esqueceu da sua razão de existir, que é administrar com excelência os recursos para termos mais produção, a fim de gerar mais qualidade de vida. O pior foi que ele gostou do cargo e decidiu eternizar-se, ampliando a retirada de quem produz e distribuindo, de forma pouco eficaz, mas que garante o apoio da parte que recebe, e de toda sua máquina, sempre ávida em arrecadar e ampliar seus domínios.
A busca do equilíbrio é crucial. Se apenas quem produz definisse os caminhos do Governo, também não seria bom. A história demonstrou isso. É importante ajudarmos quem precisa, mas nunca, em hipótese nenhuma, acabar com o interesse de quem produz.
O Governo deve, sim, existir. O que questiono é o seu tamanho, pois toda a inoperância pública, seja por boa ou má-fé, onera quem produz, ampliando o saque da sociedade produtiva, que de forma geral está esgotada, emocionalmente e financeiramente.
A verdade é que a maioria dos empreendedores, em especial, os pequenos, hoje venderia suas posições apenas para retirar a cruz de suas costas. E fecham suas portas a cada dia. O peso tributário está insuportável, incrementado com o requinte da criminalização em um oceano sem fim de regras, taxas e tributos. Inverteu-se completamente o sentido do melhor viver. Ou retiramos o empreendedor da cruz ou acabaremos todos lá.
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