Carlos Mello
19/12/2012 | Deuses “nascidos” em 25 de Dezembro.
Nesta época de Natal, não custa lembrar que esta data festeja o nascimento de uma pessoa iluminada que nasceu em 25 de Dezembro, concebido de uma virgem. Foi anunciado por uma estrela e acompanhado por três sábios. Caminhou sobre as águas, foi batizado aos 30 anos. Lutou quarenta dias no deserto contra as tentações de Satã, curou doentes e cegos, tinha doze discípulos, fazia parte de uma trindade divina, foi traído, crucificado e ressuscitou em três dias e era conhecido como Messias. Seu nome era Hórus; Deus Hórus ou Deus Sol, era o Deus adorado pelos egípcios há 5000 anos atrás.
Em1200 aC na Pérsia, (atual Irã), adoravam o Deus Mitra, chamado de “A Luz”. Também nascido em 25 de dezembro da virgem Aúra-Masda, teve 12 discípulos, fez milagres, morreu e ressuscitou no 3º dia.
Também na mesma época, em Roma, era venerado o Deus Attis, nasceu no dia 25 de dezembro da virgem Nana. Attis foi atraiçoado, morto e também ressuscitado depois de três dias.
No século zero, nasceu Jesus, o Deus que era seu próprio pai, seu próprio filho e um espírito ao mesmo tempo, nasceu também em 25 de dezembro, de mãe virgem, também teve acompanhamento de estrela que guiou três reis sábios, caminhou sobre as águas, foi batizado aos 30 anos, venceu o demônio no deserto, curou doentes e cegos, tinha doze discípulos. No final foi traído, crucificado e ressuscitou em três dias.
Esse Tri-Deus Jesus, que é pai, filho e um estranho espírito ao mesmo tempo, incrivelmente ainda é adorado atualmente por pessoas que admiram um canibalismo vampírico telepático ao “comer e beber” o sangue desse seu Deus Zumbi sem se darem conta que é somente uma fábula, que já deveria estar junto aos outro no devido altar dos mitos.
As religiões destratam tanto as mulheres que para dar algum valor ao sexo feminino eram criados estereótipos como ser virgem, por isto em quase todas as religiões seus mitos “nasceram” de mães virgens, por exemplo Krishna, Dionysio, Hercules, Zaratustra e outros tantos anteriores a Cristo.
Também estranho em pleno século 21 existirem mulheres que seguem alguma religião, provavelmente não leram sua história e por isto não sabem qual o valor delas numa instituição religiosa ou não tem amor próprio.
Conforme Eusébio de Cesaréia (265-339 d.C.), que foi o supervisor da doutrina cristã (entenda-se criação da Bíblia), nomeado pelo imperador Constantino, em seu “Preparação do evangelho”, ainda hoje publicado por editoras cristãs como a Baker House, escreve que ”às vezes é necessário mentir para beneficiar aqueles que requerem tal tratamento”. Ou seja, a falsidade era utilizada com objetivo de promover o cristianismo. Pois necessitavam criar evidências a favor da estória que pregoavam. Além de que a Igreja passou mais de mil anos destruindo tudo que considerava contrário aos seus dogmas e interesses, só deixando o que lhe favorecia.
O Papa Pio XII, o mesmo que ficou mudo, surdo e cego enquanto os nazistas trucidavam a Europa e evocou a pretensa “Infalibilidade papal” para definir o risivel dogma da Assunção do corpo da velha Virgem Maria aos céus, em 1955, falando para um Congresso Internacional de história em Roma, disse candidamente: “Para os cristãos, o problema da existência de Jesus Cristo concerne à fé, e não à história”.
Sem dúvida ele estava completamente certo! Fé cega, poderia ter melhor complementado.
Que no natal se comemore a festa, que tem mais de cinco mil anos, portanto pagã, e se deixe de lado a irracional adoração de mitos.
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