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Ligia Nery

Estava relembrando uma entrevista que assisti com Bibi Ferreira.

Perguntada sobre a escolha de suas peças, seus temas, ela enfática respondeu:

- Estas Fernadinha faz, Marília faz! Divinamente, são maravilhosas.

 Agora, Piaf, Ah!!! Piaf só eu faço.

Nasci com este dom, desenvolvi, estudei canto, minha voz minha paixão...

Existe uma convergência única, particular...singular!!

Cinco milhões de pessoas no Brasil, Portugal e França assistiram ao show e isto culminou com um show aos seus já 90 anos em Nova York no Town Hall.

O que faz a diferença na carreira dessas pessoas? O que podemos aprender com elas?

Todos temos uma Piaf dentro de nós. Apenas alguns descobrem que ela existe, deixam aflorar e lhe dão de comer para que cresça e se desenvolva colhendo os frutos. Depois disto até ganham dinheiro, fama e reconhecimento como consequência.

Assim é o talento, algo que a gente desvela, desenvolve porque gosta. e porque gosta faz tão bem que se torna único, singular!!!

Você pode até pensar, o que te de brilhante em imitar Édith Piaf, algo de diferente nisso?

Bibi revisitou a força e a garra de uma guerreira, La Môme, que (en)cantava a sua dor. 

No fim de um importante espetáculo em Paris, Michel Rivegauche, compositor de grandes sucessos de Piaf, abraçou Bibi e disse:

- Você não imita Piaf, você é uma grande interprete, assim como Piaf. Sua interpretação de minhas músicas ficará para sempre em meu coração.

A vida está em constante transformação. Inovação é a capacidade de revisitá-la dando um novo tom.

Encontre o seu e coloque “La vie en Rose”...