Ligia Nery
09/02/2016 | Dignidade na Solidão
Já fiz muitas viagens e em cada uma delas além das imagens que capturamos trazemos sensações únicas, singulares. Viajar é mais do que a visão de pontos turísticos, é a mudança que acontece, profunda e permanentemente, no conceito sobre o que é a vida.
Os acontecimentos, as pessoas, os aromas, as paisagens, os sabores vão deixando marcas que tatuam em nós as lembranças mais incríveis. São aquelas que fechamos os olhos e conseguimos chamar a emoção de volta.
Nova York tem em mim um espaço reservado muito especial. Coincidentemente é uma cidade onde estive sozinha algumas vezes e diferente de outras saí de lá encantada com a dignidade com que a escolha pela solidão é encarada no seu dia-a- dia. Não nos sentimos como um OVNI por estarmos a qualquer tempo, de qualquer jeito, em qualquer lugar sozinhos. O respeito as suas escolhas, ao seu espaço é algo reconfortante, acolhedor, por mais paradoxal que isto possa parecer.
É uma metrópole onde pude ter um vasto e íntimo encontro comigo, ocupando todos os meus limites, desejos e espaços sem ter a sensação de que isto fosse minimamente julgado ou cerceado de alguma forma. Esta cidade cosmopolita que acolhe a diversidade, a diferença de maneira tão intensa faz com que tudo se dilua de forma natural, como um pantone com tantas nuances que nem se percebe limites.
Caminhando por seus bairros entramos pela China, saímos na Itália, cruzamos a criatividade do SoHo, a sofisticação da 5 Ave sem credenciais ou pedágios perpétuos.
Este lugar nos permite degustar uma variação de todos estes mundos e cardápios permanecendo com sua identidade, intacto, mas obviamente, nunca mais o mesmo. A experiência é transformadora, ninguém sai de lá o mesmo que chegou. Viagens são mesmo experiências que transformam momentos em pedaços de eternidade.
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