Helena B. Juenemann
30/08/2016 | Viagens e seus encontros inesperados
A mais singela menção de viagem produz, em algumas pessoas, um ar de genuína alegria, a sensação gostosa de liberdade e esperança, como se, a partir dali, tudo haverá de dar certo e a vida mudar para melhor. Hoje, o aprimoramento das comunicações venceu as distâncias a tal ponto de deixar os que moram fora, tão próximos e tão dentro de casa, que podem, perfeitamente, trocar ideias em tempo real e opinar nas lidas domésticas. Mesmo assim, viajar, ainda assusta e dá um nervoso danado! Talvez, por manter no inconsciente a ideia de separação, afastamento, saída da zona de conforto e perda de identidade. Fora do pago querido, que muitas vezes, já se desejou ver pelas costas, mas que nos personaliza e nos certifica como filhos da terra, há ocasiões em que o tão almejado anonimato e a falta de companhia tornam-se uma carga difícil de ser suportada.
Não é novidade que, durante uma viagem, os fatos mais inimagináveis ocorram com naturalidade surpreendente, isto sem falar na concretização de sonhos. Casamento em Las Vegas, pedido de noivado aos pés do Cristo Redentor, o primeiro beijo numa gôndola pelos canais de Veneza! Vê-se tudo e acontece de tudo! O pensamento humano é fértil, rico, poderoso. As situações planejadas normalmente terminam em sucesso, conforme o esperado. Em algumas viagens, porém, há momentos que fogem do controle, correm à revelia. Como o turismo lida com seres humanos plenos de emoções, reações e linguagem, existe sempre o imprevisto e inesperado. E mesmo que Pitágoras esbraveje, nunca, em uma viagem, “a soma dos quadrados dos catetos será igual ao quadrado da hipotenusa ou dois mais dois somarem quatro”.
Talvez para suprir a saudade, a ausência de casa, ou mesmo a carência de identidade, em alguns roteiros apresentam-se belas surpresas. Não é frequente, mas acontece encontrar, por mero acaso, nos lugares mais diferentes possíveis, um parente distante, um amigo de infância do qual se perdeu o contato, o vizinho de porta, no meio da multidão na Praça Vermelha, em Moscou. Parece cena de filme, um milagre, mas não é. Fica por conta de mais uma das tantas travessuras que a vida prega para nos fazer mais felizes! E só acontece em viagens!
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