Helena B. Juenemann
09/11/2016 | Viagem e Vida Moderna
O sol fraco, que se põe cedo, ainda consegue dourar as folhas caídas e retorcidas que estalam com as pisadas do passo ligeiro por todo o Lungotevere. As badaladas solenes do relógio da Basílica de São Pedro ressoam pelos ouvidos dos fiéis e ecoam até quase o Castelo Sant’Angelo. Mesmo, quando a noite chega, pegando de supresa, o meio da tarde, a cidade revigora-se com o início do ano letivo, no burburim curioso da enxurrada de turistas, na abertura da temporada lirica, embora os museus fiquem abertos durante todo o ano. Não existem mais flores nos degraus da Trinità dei Monti, porém lá pelas esquinas da Via Frattina ou mesmo na Via del Corso, já se encontram as banquinhas vendendo marron glacê, as vitrines com malhas e lã, a massa com o molho da nonna revirando o estômago de tão deliciosa! No ar fresco, às vezes, bem gelado, Roma tão bela, romântica e antiga, envolta em pura beleza, resplandesce em cada novo outono!
Cada uma das estações do ano tem seu dom, segredos e magia! Plenas de luz, cores e aromas, não importa a localidade, fascinam qualquer um! A grande verdade, no entanto, é que nem todas as pessoas conseguem perceber as nuances da vida, os matizes que brotam de um inesperado destino, as diversas tonalidades do dia que chegam com o amanhecer e se vão até o por do sol! Sempre com pressa, estressadas, acorrentadas a um celular, tablet ou notebook, muitas vezes, desprovidas de afeto e sorrisos, cegas, vagueiam da casa para o trabalho, do trabalho para a casa, robotizadas e perdidas.
A vida líquida, sólida, gasosa, ou em qualquer outro estado que inventarem para a matéria, não permite mais a contemplação, o deslumbramento e a possibilidade de uma existência ser apreciada, aproveitada, simplesmente vivida. Hoje, torna-se difícil, para não dizer quase impossivel, perceber os diferentes tons de azul que emolduram Bora Bora, um dos paraísos da Polinésia Francesa, o explendoroso colorido da plumagem das araras da Amazônia, a floração das cerejeiras nas margens do rio Potomac, em Washigton, D.C.
Nossa passagem pela terra prima por ser efêmera e rápida e, emaranhados em problemas, preconceitos, ideias atrasadas, doenças sem sentido, colocamos o melhor de nós mesmos fora. Permita se costumizar, escutar o clamor da alma, a súplica da mente que só precisa um pouco de arrego, oxigenação e descanso. Tire férias. Vá viajar para ter mais saúde, alegria em viver e ser feliz!
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