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Luiz Henrique Nuñez

Não era o que nenhum colorado imaginava. Estamos em 10º lugar na terceira rodada da Série B, campeonato prioritário do ano, aquele para o qual mais nos preparamos. O Hepta era histórico e o perdemos, com justiça, para o Novo Hamburgo. Tudo bem, começaria a seguir a jornada mais importante. Nada mudou, o desempenho não melhorou, nosso treinador parece continuar perdido, o que justificaria sua demissão.

Em todas as colunas que escrevi, tenho dito que nosso time, embora ainda com algumas carências, é bom, melhor que o do ano passado. As críticas que fiz, foram quase todas direcionadas ao técnico. Com este elenco, não pode ser 7º no RS e 10º na Série B. A troca é necessária para que a situação não se transforme em pressão constante, dentro e fora de campo.

A Direção deve estar tendo uma certa dificuldade em ter que demitir Zago. Este era uma convicção da nova gestão e o acerto com ele se deu ainda antes das eleições. As críticas à gestão anterior, quanto a troca de treinadores, foram intensas. Ter que fazer o mesmo na terceira rodada deve ser um pouco constrangedor, mas é necessário.

Futebol não é fácil. A crítica pura e simples é. Muitas das coisas criticadas na diretoria passada parecem se repetir. Em 2016 perdemos Alisson. Em 2017 perderemos William? Em 2016 mandamos D’Alessandro embora. Valdivia saiu porque quis? No passado recente, algumas contratações foram consideradas como erro. Este ano, desembarcaram alguns que talvez não precisássemos. Neris, já foi. Carlos jogará? Acho que houve um certo exagero na política de desfazer tudo que foi feito pela gestão anterior. Mandar embora 43 jogadores me parece demasiado. Alguns poderiam ser úteis no elenco atual, mesmo como alternativas. Sem contar os diversos profissionais de outras áreas que foram demitidos. Muitos de enorme capacidade e comprometimento, que cometeram o erro de trabalhar para os antigos gestores.

Perdemos o Hepta, mas para a Série B ainda é cedo. A caminhada pode ser retomada e a volta à primeira divisão ocorrer sem grandes sobressaltos. Que se escolha um treinador que saiba tirar deste grupo, o que tenho certeza ele pode dar. Não existe este papo de que temos que aprender a jogar esta Série. Escalação com os melhores, equilibrada e esquema definido é o que precisamos. E o suficiente para Série A ou B.

Nossa torcida não faltará. Os colorados continuarão lotando o Beira-Rio e apoiando. Sempre foi assim. Não existe torcida melhor do que a nossa. Temos estrutura. Não tem faltado nada para os jogadores.

Em tempo, com a saída de Zago ficaremos sem preparador físico. Será a oportunidade de corrigirmos outro erro. Trazer de volta o ótimo João Goulart, profissional, assim como Pavan, de origem na base e de excelentes trabalhos já prestados. Ainda bem que nosso treinador não quis trazer seu preparador de goleiros!

Estamos enfrentando nossa primeira crise em 2017. Acredito que será passageira. Nada melhor para dar ânimo, confiança e dinheiro, do que eliminarmos o Palmeiras na quarta pela Copa do Brasil. Não devemos desprezar esta competição. D’Ale não viajou para Belém de olho neste confronto. Que não seja mais uma convicção a ir embora.

Depois é enfrentar o Juventude em casa e buscar a normalidade. O jogo contra o Paissandú? Deixa pra lá!