Vininha F. Carvalho
21/06/2012 | Os gatos conquistaram a sociedade superando as crendices
Os gatos sempre foram alvo de muitas crendices: -“Se você ver um gato preto numa sexta-feira 13 é melhor fazer o sinal da cruz para evitar má sorte”. “Cruzar com gato preto na rua dá azar”. ”Quem pisa no rabo de um gato não casa no ano, só nos anos seguintes”.
A superstição teve origem na Idade Média, quando se acreditava que estes felinos, devido a seus hábitos noturnos, se tornaram amigos inseparáveis da mística figura da feiticeira, dando origem a lenda que eles possuíam sete vidas. Apesar dos esforços empregado para acabar com eles, dificilmente diminuíam em número. Isso porque, já naquela época, havia muitos de seus defensores, pessoas que escondiam e criavam gatos secretamente.
No século XV, o papa Inocêncio VIII (1432-1492) chegou a incluir o pequeno animal na lista de perseguidos pela inquisição, campanha assassina da Igreja Católica contra supostas heresias e bruxarias. Assim, os inquisidores afirmavam que só tendo mesmo parte com misticismo e afins um animal sobreviveria, mesmo sendo tão caçado. Surgindo, assim, o termo que o gato tem sete vidas. Dizem que a escolha do “sete”, é pelo fato deste ser um número cabalístico: o sétimo dia foi o do descanso de Deus após a criação do universo, são sete os pecados capitais, as notas musicais e as cores do arco-íris. Na França, a perseguição aos gatos durou até 1630, quando foi proibida pelo rei Luiz XIII (1601-1643).
Os gatos, na realidade, são dotados de particularidades anatômicas e fisiológicas privilegiadas. É esse senso que permite que esses animais girem rapidamente no ar quando estão caindo de cabeça, reposicionando-se, e fazendo as adaptações necessárias para assegurar a “aterrisagem”
O gato esteve sempre unido à história do homem com um carisma totalmente diferente ao do cão. Sempre foi vítima de inverdades, inclusive que, para pessoas alérgicas, basta um contato com ele para ter péssimos efeitos.
Durante muitos anos foi dito que ter gatos em casa nos primeiros anos de vida aumenta as chances de crianças serem alérgicas, mas um estudo mostra exatamente o contrário, afirma o principal autor do relatório, Dennis Ownby, da Faculdade de medicina de Geórgia, em Augusta. Altos níveis de alergênios de gato em casa reduzem o risco de asma ao mudar a resposta imunológica aos felinos. Quanto mais uma pessoa se expõe a alergênios, como partículas de pó ou pólen, mais desenvolverá anticorpos e maior probabilidade terá de sofrer alergias ou contrair asma.
De acordo com um estudo publicado na revista Pediatrics, sobre a população dos Estados Unidos, mais de 500 mil crianças com menos de 6 anos de idade não teriam a doença se os fatores de risco domésticos fossem eliminados.
Os pesquisadores analisaram 400 crianças durante sete anos e descobriram que aquelas que estiveram expostas a dois ou mais animais de estimação tiveram a metade das chances de se tornarem alérgicas.
Reações alérgicas são causadas quando um anticorpo chamado imunoglobulina-E se associa a uma célula sanguínea chamada célula-mestre. Ao se ligar ao anticorpo, a célula-mestre libera substâncias químicas que causam as inflamações.
Há pelo menos mais quatro estudos recentes sugerindo que o convívio nos primeiros anos de vida com cães e gatos possa permitir que o corpo construa defesas contra os agentes capazes de produzir alergia
Segundo o cientista, Dennis Ownby, a saliva, as fezes e a urina dos cães e gatos transferem muitas bactérias do tipo gram-negativo e isso pode mudar a forma como o sistema imunológico da criança reage a essas bactérias, ajudando a protegê-la contra as alergias.
Para Ownby, os resultados do estudo estão de acordo com o que os médicos chamam de "hipótese da higiene". A tese é que o sistema imunológico de pessoas que crescem em um ambiente limpo demais, sem contaminantes ambientais, pode reagir em excesso quando se depara com substâncias que provocam alergia.
Os pesquisadores da Universidade da Virgínia são otimistas sobre as descobertas do estudo porque consideram que permitirão entender melhor a relação entre a asma e a exposição aos alergênios, o que, por sua vez, poderá colaborar no desenvolvimento de novos tratamentos dessa enfermidade.
O Brasil ocupa o quinto lugar no ranking de países com maior prevalência de doenças alérgicas, perdendo para o Reino Unido, a Austrália, a Nova Zelândia e os EUA. Uma das hipóteses para explicar esse aumento seria a do excesso de higiene.
Segundo Luisa Karla de Paula Arruda, professora do Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, é preciso analisar a pesquisa. Ela diz que ainda não é possível afirmar se o efeito protetor das alergias é realmente originado das endotoxinas encontradas nos animais. O animal pode, em tese, proteger a maioria dos indivíduos, mas não posso dizer que isso vá acontecer para o indivíduo A ou B. Na maioria dos casos, é provável que a exposição tenha efeito protetor, mas essa proteção não é de 100%. Uma parte pode se sensibilizar.
Para a pediatra Maria Regina Guillaumon, desde que não interfira no desenvolvimento e no crescimento das crianças, a presença de um animal de estimação é benéfica.Segundo o veterinário Renato Miracca, 36, o estudo deve provocar muitos questionamentos. "Às vezes o animal é retirado sumariamente de casa, mas a reação alérgica pode estar sendo causada por outros fatores, como o cigarro e a poeira do ambiente", orienta.
Durante a gestação, muitas proprietárias de gatos ficam com dúvidas sobre a segurança no convívio com esses animais. Embora a transmissão da toxoplasmose seja atribuída ao gato ela é transmitida mais frequentemente por outros meios. Cuidados simples permitem a convivência entre gatos e gestantes sem prejuízos.
Existe ainda o mito de que a toxoplasmose é a “doença do gato”, e esse pensamento equivocado é comum mesmo entre muitos médicos.
Os gatos podem transmitir a doença, mas para isso ocorrer eles devem estar infectados. Isso ocorre ao comer roedores, passarinhos e outros animais contaminados. O parasita então é passado nas fezes do gato na forma de oocisto, que é microscópio e pode ser ingerido pelo ser humano em algumas situações:
- Após limpar a caixa de fezes do gato;
- Comer alguma coisa que entrou em contato com fezes de gato infectado com toxoplasma.
O gato que fica dentro de casa, sem o hábito de caçar, raramente poderá estar infectado com a toxoplasmose. Um exame simples de sangue no felino é suficiente para eliminar as dúvidas.
Algumas dicas para evitar a contaminação:
- Lavar as mãos após o contato com carne crua;
- Lavar pias, tábuas de carne e outros utensílios;
- A carne deve ser cozida para o consumo;
- Lavar bem as frutas e verduras;
- Limpar diariamente a caixa sanitária do gato, pois assim as fezes são removidas antes que os “ovos” possam se tornar contaminantes. As mulheres grávidas devem evitar essa tarefa, ou utilizar luvas e depois lavar bem as mãos;
- Não alimentar os gatos com carne crua, vísceras ou ossos e não permitir que saiam de casa para que evitem o hábito da caça;
- Combater vetores, como insetos, por exemplo.
Quanto a questão da convivência de bebês e gatos especificamente, não há problema algum se algumas regras forem seguidas. Primeiramente, os animais devem estar com a vacinação em dia. Tanto a Polivalente quanto a Anti-rábica.
Não existe uma indicação de raças específicas para convivência com crianças. Existe o bom senso. A raça persa seria a mais indicada por ser quase que de "pelúcia" de tão mansos. Mas também existem outros felinos que podem conviver com crianças, desde que muito bem escolhidos pelos pais desde filhotes.
A companhia de um gato traz muitos benefícios psicológicos, e um deles é aliviar o estresse. Poder cuidar de um animal, ter um gatinho para abraçar faz você se sentir bem, e reduz o nível de estresse, pois influencia positivamente o seu humor.
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