Eduardo Fochesato
09/08/2013 | O gigante acordou
O entusiasmo preenche-me as artérias, arrepiam-me os cabelos do braço, um calafrio sobe as costas… Eu estava escrevendo aqui sobre outra coisa completamente diferente, quase finalizando o texto, mas que diabos, pensei eu (não, não tem nada a ver com o “Quincas”), mesmo sendo um blog de tecnologia e informática, não estaria correto de minha parte deixar de falar e ficar de fora de tudo que está acontecendo nas ruas do Brasil, desde esta segunda-feira, dia dezessete de junho.
Muitos anos atrás, quando a ditadura militar encerrou-se em 1985, impingida a derrocada pelo movimento das “Dietas Já”, eu, nos altos dos meus seis aninhos de idade, não tinha a mínima ideia do que se passava fora de minha casa (se é que sabia o que acontecia dentro). Nesta época nem se falava em computadores ou internet, longe disso, mal tínhamos televisões e rádios (antes que me chamem de alienado, digo mal tínhamos porque naquela época, só se passava, ou melhor, só ficávamos sabendo o que convinha e quisesse o poder militar).
Anos mais tarde, precisamente no decorrer dos anos 1992, já com meus treze anos, mas ainda sem dispor de redes de computadores nem nada, remotamente, tão tecnológico, pude presenciar e acompanhar dezenas (centenas? milhares?) de jovens e adolescentes (estudantes) saírem as ruas de caras pintadas pedindo o impeachment do então presidente à época.
Hoje (lê-se ano de 2013), já mais experiente e vivido (tá bom, tá bom, só pra não dizer mais velho, ok?) tenho o orgulho de não só presenciar como também participar ativamente da mais nova onda de protestos que tomou conta do nosso país, bem como colaborar para a construção de um pais melhor e para o futuro dos “Eduardos e Eduardas”, brasileiros, de seis anos que um dia vão estar falando como eu estou aqui falando hoje de 1985…
Explico-me, meus caros leitores, não deixei meu lado bolivariano, se é que o tenho, florescer nem fui ainda a rua me juntar aos correligionários protestantes, mas num mundo globalizado e “internético” como nos dias de hoje, e ai a verdadeira razão do meu post, não vejo porque, já que estamos tão acostumados a uma ativa vida paralela virtual, repletas de perfis, comunidades e avatares, não utilizarmos as redes sociais e as nossas “conexões tecnológicas” para dar mais volume e voz à massa física das ruas…
Aliás, façamos a devida justiça, já se faz impressionante o papel da internet no que se refere a mobilização popular nos dias de hoje, ainda mais levando-se em conta que os movimentos presenciados nos últimos dias (e ai excluo os baderneiros de plantão lógico) não possuem a figura de um líder central, nem são organizados por sindicatos, partidos políticos ou algo assim.
Além desta colaboração da internet, é de suma importância, ao meu ver, e ai vem a complementação (de como) do penúltimo parágrafo acima, que relatemos e frisemos que a mobilização já está se fazendo muito presente, seguindo as tendências e novidades atuais, não só fisicamente nas ruas, mas também virtualmente e em massa nas redes sociais através de compartilhamentos, “likes”, posicionamentos (seja a favor ou contra), etc.
E, por isso, é mais necessário ainda que mantenhamos esta mobilização, que em momento algum percamos a vontade de colocar pra fora com inteligência e criatividade o que está nos incomodando e/ou contrariando, que ao invés de adormecermos novamente, estejamos sempre dispostos a compartilhar o que acontece a nossa volta e em nosso país.
E, enfim, caros leitores, dada a sua importância, que façamos uso cada vez mais do que a tecnologia com suas redes sociais, messengers e afins nos oferecem, que, saiamos todos juntos as ruas digitais da internet e que façamo-nos diariamente presentes e continuemo-nos sempre sendo ouvidos não importa se através de curtidas ou de “trend topics” ou seja o que for.
Concluindo, por fim, e saindo um pouco de contexto, mas antes que alguém insista, por ventura, em me chamar de Chavista, arruaceiro ou qualquer adjetivo adjacente e venha me retrucar, aproveito para deixar bem claro que não estou aqui apoiando os atos de vandalismo nem destruição, nem tão pouco violência orquestrados por uma mínima parcela de arruaceiros mal intencionados que se aproveitam e infiltram no meio da passeata, até porque assim como acredito fielmente que a polícia perde toda sua razão, mesmo na mais legitima ordem e/ou tarefa executada, quando parte para o abuso de poder e a violência, assim o manifestante perde a moral e a legitimidade do seu ato quando apela para o vandalismo e a destruição desenfreados.
Por fim mesmo, a parte feito e voltando ao assunto, parabéns Brasil, parabéns brasileiros, realmente, filho teu não foge a luta!
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