Eduardo Fochesato


16/08/2013 | Desafio: ser desenvolvedor

Todo ser humano enfrenta diversos desafios ao longo da vida, desde o momento em que ele foi gerado até o instante exato do seu ultimo suspiro. Mas, definitivamente e sem sombra de dúvidas, como diz Carlos Brando no seu blog “Nome do Jogo”, não existe ninguém no mundo que goste mais de desafios que os programadores (desenvolvedores), aliás, me atrevo à complementar e dizer que nós programadores, na verdade da coisa, precisamos mesmo é ser constantemente desafiados e nisso somos realmente peritos. Acompanhe, agora comigo, com calma, todo o meu simples raciocínio linha à linha.

Como se já não bastasse o fato de você estar-se sendo impelido e desafiado a entrar em uma área tão dinâmica, em constante mudança e ebulição, nada perene e muitas vezes instável, você descobre de cara que o primeiro desafio mesmo que terá pela frente é, justamente, conseguir um bom emprego e começar a dar os primeiros passos, uma vez que, além de você ter que escolher uma linguagem específica para trabalhar (atualmente são inúmeras opções), as empresas hoje em dia cobram bastante a questão da experiência,  se embasando para isso em muito na velha tríade IDADE x CONHECIMENTO  x TEMPO DE SERVIÇO e, justificam assim a preferência à estágios remunerados do que a contratar em carteira um profissional recém saído da faculdade e, portanto, sem vivência alguma na área.

Bom, com um pouco de sorte (e essa é sempre boa seja qual for a área), passamos essa primeira fase  com honra ao mérito e começamos a trabalhar, independente da forma que fomos contratados e da linguagem em questão que escolhemos.  Ai, meu caro leitor vem o nosso segundo desafio, e esse podemos dizer que é cíclico e a gente carrega pra vida profissional inteira: os padrões e recursos da empresa. É isso mesmo,  assim como o marceneiro precisa ter em mãos e saber lidar com seu martelo e seu formão na hora certa, nós programadores temos nossas ferramentas (frameworks)  a serem utilizadas e padronizações a serem acatadas dentro da empresa que nos contratou. E não basta três dias  dedicados para aprender e pronto, nada disso! Padrões mudam, ferramentas mudam. Cheque mate! Trocaram o padrão? Resolveram mudar de framework?  E ai esta você desafiado de novo, a mudar também, a aprender de novo e de novo e de novo… E isso tudo, se lá pelas tantas a empresa não resolve, num auge de stress insolucionável ou quem sabe, em alguns casos, numa iluminação espiritual profunda, trocar de linguagem de programação e colocar os programadores na berlinda: ou aprendem a nova linguagem (sempre tem os que já sabem)  e se adéquão ou precisarão ser substituídos, fazer o quê… Olha o desafio ai de novo? Mas conforte-se: a proficiência vem com a prática! (E com os títulos de Sênior e Pleno é claro…)

É, conhecimento nunca é demais em programação (na verdade em nenhuma área de TI o é). No fundo, quando você decide entrar na área é quase que automático você assinar uma cláusula de “estou disposto a passar a vida aprendendo”. E não basta apenas faculdade, pós e por ai vai, tem que ter certificados, aliás quantos mais melhor. Ironicamente, muita gente neste ramo não é certificado simplesmente por que não quer ou não tem tempo e são excelentes profissionais. Por outro lado, mas não menos irônico,  existem outros tantos “profissionais” certificados que se escondem atrás do título que receberam e, na “hora do vamos ver”, não mostram um trabalho de qualidade compatível.

Agora você deve estar se perguntando se tudo isso vale a pena, não é mesmo? Aliás, o grande desafio aqui é esse mesmo: você entrar numa área que, inicialmente, paga bem menos que engenharia e medicina (mas mais que as outras no geral, é bom que se diga), estar sempre aprendendo, trabalhar horas a fio e sem descanso (como uma área da TI que se preze, horas extras nunca faltarão) e buscar um retorno proporcionalmente válido a todo esse seu esforço.

Entenda e tenha em mente desde já que se financeiramente os salários de desenvolvedores são razoavelmente bons (depende do lugar que você mora, da empresa onde vai trabalhar, da linguagem que vai escolher e de quanta experiência você tem), não espere o mesmo de um reconhecimento pessoal nesta área como se você fosse um médico que acabara de salvar uma vida: na grande maioria dos casos (sim existem exceções!!!), a única pessoa que sabe do grau de complexidade do código que você acabou de fazer (ou então que você teve que pegar um código desconhecido e pronto de alguém e ter que entendê-lo pra posteriormente modificá-lo e/ou melhorá-lo) é você mesmo, quanto muito, seu analista e/ou seu colega programador do lado, para o restante da empresa, a dificuldade do seu trabalho é desconhecida (isso sem enumerar os colegas que, por causa do caráter introspectivo da sua profissão, vão sair dizendo que você não faz nada e só vive parado olhando pra “telinha” na frente dos olhos). Se bem que, pensando bem, você não pode também achar que um reconhecimento é de suma importância e que, nesta hora, você mereceria um prêmio Nobel da informática, não é mesmo? Mas se puder, fique tranqüilo, se quer mesmo saber, você, com certeza, irá recebê-lo um dia sim, é tudo uma questão de contexto e oportunidade, não somente e puramente crédito seu.

Esteja também, e por fim, ciente que na sua grande maioria, programadores trabalham alocados em projetos externos e não tem cadeira cativa com seu nome gravado nem nos mesmos, nem nas empresas de origem, ou seja, como um exemplo que vi na internet (adoro ela!), o programador é quase como um pedreiro que é contratado para uma obra especifica, pois terminando a obra o desafio é recolher as ferramentas e procurar outra obra… E assim sucessivamente… Entendeu? Mas calma, não vamos generalizar não, afinal existem o trabalho interno, o serviço público, o trabalho autônomo e por ai vai… e,  é claro, de novo, cada um vem acompanhado com os seus próprios desafios… E de novo… e de novo… e de novo…


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