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David Iasnogrodski
02/12/2010 | Show de balas
Estou virando a última folha do calendário.
Último mês do ano.
E fico a pensar no título que coloquei nesta crônica.
“Show de bala”.
E não é guloseima a que estou me referindo. Talvez se fosse eu gostaria mais...
É bala “pura”.
Foi bala forte. E não é de hortelã...
Bala forte!
Com um barulho infernal.
E ainda não era dezembro.
Tudo nos últimos dias de novembro. O mês 11 do calendário gregoriano.
Bala forte!
Com um barulho infernal.
Mas parou...
Até quando? Ainda está havendo alguns resquícios, mas não tão fortes...
Mas diminuiu...
Até quando?
Espero que para sempre... Mas... Sempre existe um, mas...
Estamos agora em dezembro.
Estamos comemorando “chanuká”. A festa das luzes para a comunidade judaica mundial. Luzes que são acesas nos lares através dos candelabros denominados de “chanukiot” e Flávio Josefo denominou de “Festival das Luzes”. O significado da palavra “chanuká” em hebraico é “dedicação” ou “inauguração”. É uma festividade comemorada em oito dias. Neste 2010 iniciou no pôr-do-sol do primeiro dia do mês de dezembro. Uma curiosidade que se nota que os festivais judaicos estavam sempre ligados à colheita das sete frutas bíblicas na qual Israel é famoso. Pessach – a Páscoa judaica é a comemoração da colheita da cevada. Shavuot – a festa das semanas é em função do trigo. Sucot – a festa das cabanas em função dos figos, tamareiras, romãs e uvas. Chanuká das olivas. A colheita das olivas é em novembro e o óleo de oliva ficaria pronto para o chanuká em dezembro. São curiosidades...
Estamos em dezembro.
Mas o meu principal assunto aconteceu nos finais de novembro último.
O acontecido nas favelas cariocas, recentemente visto por todo o mundo, foi uma “festa de luzes”. Luzes mortíferas. Luzes da guerra. Em pleno coração do Brasil. Em plena Cidade Maravilhosa. Em pleno Rio de Janeiro, onde a pouco cantávamos a “Garota de Ipanema”.
Estamos em dezembro.
Comemorando “chanuká” a Festa das Luzes.
Mas não de luzes mortíferas...
O Natal está chegando.
Daqui alguns dias, mas no Sul do Brasil, mais precisamente na Serra Gaúcha – Gramado e Canela – são comemoradas as festas natalinas com o já consagrado Natal Luz, mas não com as luzes da guerra.
Não com as luzes observadas através da TV pelos fatos ocorrido nos morros cariocas.
Até quando esta imagem?
Espero que haja um “punto y basta” – segundo a novela Passione.
Encanta-me muito meu país.
Principalmente porque não somos um país com características belicosas, mas o acontecido recentemente na Cidade Maravilhosa me fez lembrar as Guerras, também vistas pela TV: Guerra do Golfo ou Guerra do Iraque.
Nós não somos belicosos.
Nossos soldados são treinados para ajudar as “guerras dos outros”. Apesar de que participamos da Segunda Guerra Mundial e muitos de nossos irmãos foram mortos.
O que vimos no Rio de Janeiro?
Dentro de nosso território uma verdadeira guerra onde nossos soldados e policiais tiveram que mostrar todo o treinamento recebido.
Foi um verdadeiro “show de bala”. E nós que estamos acostumados a ver e fazer “show de bola” ficamos estupefatos. Pois era de dia e de noite. Luzes e Mais luzes – mas das balas...
Necessitamos urgentemente da Paz. Da Paz junto aos morros cariocas e em todo o lugar, pois os justos estão pagando pelos pecadores.
Necessitamos da Paz – e com a máxima urgência.
A Copa de Futebol está se aproximando.
As Olimpíadas também.
E tudo será no nosso território.
Todos estes espetáculos estão aí. Na nossa porta.
E aí então deverá ser um “show de bola” e não o que vimos: um “show de balas”.
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