David Iasnogrodski
14/05/2013 | “VERDE QUE TE QUERO VERDE”
Mudei de sala no trabalho.
Fiquei alguns meses num lugar onde não tínhamos nem janelas.
Só a luz das lâmpadas fluorescentes.
A gente se acostuma. Acostumamos-nos com tudo. É difícil, mas...
Mas não foi fácil.
Ontem mudei.
Tem até janelas.
Esquadrias de alumínio.
Por elas estou vendo a luz do dia.
Por elas estou vendo as árvores.
Por elas estou vendo os pássaros. Estou ouvindo o cantar dos pássaros...
Voltei à normalidade.
Fico pensando: na Arca de Noé. Todo o tempo fechado até passar o Dilúvio...
Voltei à realidade.
Voltei à claridade.
Como o dia é lindo!
Muitas vezes a gente tem a realidade e não se satisfaz.
Somente com as desventuras por perto é que sentimos a ingratidão.
Somos ingratos conosco.
Isso faz parte do nosso ser. Infelizmente!
“Verde que te quero verde”.
Voltei a trabalhar com a visão do verde. Do sol. Do dia. Da chuva. Dos pássaros. Do mundo como ele realmente é.
“Verde que te quero verde”.
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