David Iasnogrodski
27/01/2011 | Chove, chuva...
“Chove, chuva, chove sem parar...”
Que letra!
Que música!
É domingo.
Verão!
Porto Alegre.
Pouca gente.
E eu a caminhar.
“Caminhando e cantando...”
“Chove, chuva...”
E a chuva cai.
Molhando o asfalto.
Molhando as calçadas.
Molhando o corpo.
Continuo a caminhar...
Assobiando e cantando.
E a chuva caindo.
E eu a lembrar: Região serrana do Rio de Janeiro, Santa Catarina, São Paulo, Minas Gerais.
Todos castigados pelo verão chuvoso – que não é uma novidade!
Todos castigados pela fúria da água.
E eu a caminhar.
E eu a caminhar pelo domingo chuvoso na capital dos Pampas.
Chego no Brique.
No Brique da Redenção. Local famoso da Porto Alegre dos Casais.
Chovendo!
Pouca gente!
E eu a caminhar. E eu a caminhar, cantando, assobiando e observando o trabalho dos artesãos e das antiguidades apresentadas ao público.
“Eles” – os artesãos – tristonhos. Tristonhos pelo pouco movimento. Pela chuva...
Chuva.
Calor.
Abafamento.
Chuva.
Calor.
É o verão...
E todos a pensar na fúria das águas que entristeceu milhares na Região Serrana do Rio de Janeiro e no restante da Região sudeste do “nosso” imenso Brasil.
E eu a caminhar. Exercitando-me. Realizando meu exercício físico.
Cantando. Assobiando. “Chove, chuva...”
E pensando na estiagem que está castigando inúmeros no Rio Grande do Sul.
E pensando: uns sofrem pela água, outros sofrem pela seca.
Tudo neste “mesmo” Brasil. Brasil varonil...
E continuo a caminhar e cantar: “chove, chuva...” E ela continua a cair... “Chove sem parar...” Os autores da letra e da música foram muito felizes.
E o momento é muito oportuno, pois continua chovendo, continuo a caminhar e pensando na desgraça de muitos irmãos nossos.
Chove, faz sol, e eu continuo com meu pensamento: chuva para uns é o sorriso, para outros é a desgraça.
Tudo no verão.
Tudo a pensar nesta caminhada de domingo.
Estou suado e molhado...
Num domingo de pouca gente nas ruas.
Num domingo de verão.
Num domingo de férias, mas a chuva continua caindo e continuo caminhando e cantando...
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