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Gilberto Jasper
24/10/2013 | Se você quer enlouquece? Construa ou reforme.
A quantidade de tentações, capazes de tirar um monge tibetano do sério, é inacreditável. Passei por isso há um ano. Três pedreiros e um empreiteiro colocaram meu casamento em risco. Acredite: moramos – com nossos dois filhos - dentro do apartamento enquanto o quarteto simulava trabalhar, degustando o refri da gurizada, minha cerveja preferida e algumas guloseimas que estivessem à mão. Sem falar dos sumiços...
Prazos passar a ser miragens. Projetos constituem de ideias distantes (semelhantes ao “pojeto” do Luxembrugo), quantidades mudam de um dia para outro, promessas soam à campanha eleitoral e orçamentos definitivamente parecem peças de ficção. O momento que antecede ao início das obras faz tudo parecer fácil. “Basta abrir esta parede aqui, patrão, depois colocar meia dúzia de azulejos fáceis de encontrar, passar uma demão de tinta e vai ficar um luxo só!”, garantem sempre.
Depois vem a “síndrome do jaquê”.
Consiste na repetição de frases conhecidas de todas as vítimas de reformas e construção: “Já que o senhor vai mudar a pia, por que não troca a bancada? Fica lindo!”, ou “Já que vai mexer no banheiro, por não mexe no lavabo?”. E assim os “jaquês” consomem tempo, dinheiro, material e paciência. É uma loucura sem fim.
A entrega de material é outro desafio. Sou do tempo em existia dia e hora. Atualmente, porém, no máximo se consegue agenda um dia da semana. “Os vidros serão entregues quinta-feira, entre 7h30min e 18h30min, sem falta!”, repetem à exaustão. Azar de quem que não dispõe de uma diarista ou um vizinho de boa vontade para quebrar o galho.
A forma de pagamento de pedreiros, gesseiros, encanadores, vidraceiros, hidráulicos e eletricistas exige um cursinho de autocontrole da mente. Como é impossível pesquisar orçamentos para tudo, resta rezar para que o profissional escolhido nos explore só um pouquinho. “Quando sinto que fui logrado de leve, fico aliviado”, confessou um amigo envolvido com a reforma do banheiro.
Quando se divide a tarefa de administrar a obra com a mulher, os riscos de divórcio se multiplicam. “Mas como? Os caras da NET disseram que combinaram contigo vir de manhã, mas não vai ter ninguém em casa!. Tu tá louco”, protesta a esposa indignada com o maridão que tentou ajudar.
A escolha de cores e modelos de louças sanitárias, por exemplo, merece um capítulo à parte. Minha sugestão? Entregue tudo na mão da patroa. Em caso de problema ela nem vai comentar. Mas se você, amigão, errar no formato da maçaneta do banheiro da empregada, ouvirá a tríade típica de toda esposa:
- Eu não disse?! Eu não falei?! Eu não te avisei?!
Finda a obra – e se a aliança da mão esquerda persistir no dedo anelar – sempre que chover e o vazamento da parede persistir, o fantasma do empreiteiro vai arruinar seu sono. E sempre haverá alguma coisa que deixou de ser feita,
Estou há um ano e meio no meu novo apê. Há uma semana foram instaladas as cortinas que me permitem dormir até mais tarde aos domingos. E graças a Deus que já temos banho quente, descargas que funcionam e continuamos casados!
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