Gilberto Jasper
03/12/2015 | Eu quero um banco!
No dia em que topasse com o Papai Noel ou com o gênio da lâmpada para falar do meu sonho de consumo eu pediria a eles um banco de presente. Não aquele assento que equipa as praças, mas uma instituição financeira. Diferentemente de ser contemplado com a mega sena acumulada, pouca gente saberia da minha fortuna. Isso me livraria de parentes indesejados, novos amigos e os oportunistas de plantão destas ocasiões.
Ao folhear as colunas de economia dos jornais são diárias as notícias sobre o contingente de empresas que apelam à recuperação judicial para tentar sobreviver. São negócios tradicionais cuja solidez conquista por décadas rendeu um nome tradicional no mercado. Mesmo assim, estão à beira do abismo em decorrência das barbeiragens da equipe econômica que assessora a Presidente Dilma.
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Na contramão desta tendência proliferam manchetes de balanços em reluzente tom azul que deixa risonhos os proprietários e acionistas de grandes conglomerados financeiras, notadamente os bancos. Nem é preciso o emprego de uma lupa para vislumbrar lucros estratosféricos que ignoram crises, soando como uma bofetada em empreendedores históricos que empenharam a vida na criação de emprego, renda e desenvolvimento, e que lutam com dificuldades para sobreviver. São homens de negócio que jamais tiveram um gesto concreto de salvação por parte dos órgãos oficiais.
Antes que sugiram me mudar para Cuba, adianto que sou favorável ao lucro como indutor dos negócios. A sustentabilidade no mundo capitalista não prescinde do combate aos prejuízos, mas há limites para tudo. O lastimável deste fenômeno é a passividade - mais uma vez! - das autoridades que deveriam regular de maneira veemente os absurdos cobrados daqueles que usam os serviços bancários.
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As taxas cobrados pelos serviços bancários, regulamentados a partir de uma espécie de cartel que adota preços praticamente iguais - todos caros! - impede a livre concorrência de que os homens de negócio tanto gostam. Lembro com saudade dos discursos oposicionistas de décadas passadas que tinham "na elite dominante" e "nos grandes bancos" os culpados por todos os males do Brasil.
A conquista do poder não resistiu ao cantos de sereia recheado de cifrões que viabiliza a compra de tudo e todos. Negócios, oportunidades, consciências. Parece que tudo, infelizmente, tem preço e se encontra à venda, à espera apenas de uma proposta. Indecente ou não, será analisada para que todas as benesses sejam franqueadas aos bancos. Um segmento intocável, não importando a ideologia que esteja entronizada no Palácio do Planalto.
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