Gilberto Jasper
28/10/2014 | Sabe o que é teste vocacional?
Quando chega o final de ano penso na legião de jovens pressionados a escolher a carreira profissional. É um período de conflitos, mudanças, múltiplos interesses. Este turbilhão de sentimentos inferniza a vida, inclusive da família.
Sou do tempo dos famosos testes vocacionais, Era uma tentativa adotada por décadas para detectar a vocação da gurizada através de vários exercícios, perguntas, respostas, entrevistas. Estudei muitos anos no Colégio São Miguel, de Arroio do Meio, no Vale do Taquari, administrado por freiras. Perdi a conta dos testes a que me submeti. Todos, sem exceção, apontavam para a comunicação, jornalismo ou publicidade.
Com facilidade para redigir conquistei medalhas em concursos de composições/redações. Em termos pessoais era um piá muito introvertido, resultando muitas frustrações nas reuniões dançantes. “Tirar” uma guria para dançar era traumático. Faltava assunto, gaguejava e somente quando havia 100% de certeza de que não “levaria um carão” (negativa da moça para dançar) eu concretizava o pedido.
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O jornalismo foi uma espécie de bengala para encarar ambientes desconhecidos, fazer amizades, conversar com desconhecidos. Chegar a uma cidade desconhecida, descobrir fontes, ganhar a confiança dos entrevistados e produzir uma matéria atraente constitui desafio que se aperfeiçoa ao longo do tempo.
Nunca vou esquecer minha primeira notícia assinada no jornal Zero Hora, em 1997. O tema era uma dona de casa que se ocupa com as lides domésticas e a montagem de canteiros que dividiam uma larga avenida no bairro Sarandi, em Porto Alegre. Ela cultivava flores e árvores frutíferas. A publicação ocorreu num sábado. E estava em Cidreira, na casa do meu sogro. Como de costume, saí para comprar pão, leite e jornal.
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A sensação foi indescritível. Naquele momento lembrei com nitidez o conselho da professora Lourdes Balestro:
- Tu leva jeito pra coisa. Estuda, te dedica e faz o que gosta. Assim é mais fácil ser feliz – ensinou.
Meu pai queria me ver advogado. Vibrou quando viu meu nome no listão dos aprovados. Mas ao saber que o filho seria jornalista não escondeu a frustração.
Ao longo da minha carreira, porém, mostrou-se orgulhoso, não poupou estímulo. Ao nos deixar prematuramente, aos 52 anos, ele era colunista do jornal O Alto Taquari, de Arroio do Meio e fazia comentários na Rádio Independente, de Lajeado.
Sou jornalista, feliz com minha escolha e, de quebra, superei a timidez. O saldo foi muito superior ao esperado. Fazer as coisas com amor é certeza de felicidade.
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