Gilberto Jasper
25/03/2014 | Carnaval popular e de integração
(Foto: Duda Pinto/Cortesia)
Para fugir do Carnaval fui a Sant’Anna do Livramento. Costumo viajar três ou quatro vezes por ano com a família. A viagem permite colocar as fofocas em dia com os filhos. Também gosto do passeio pela Avenida Sarandy – a principal de Rivera – com seus free shops, além de degustar um pancho (uma cachorro-quente com uma fatia de queixo derretido acrescido de bacon) acompanhado com um litro de Zilertal, PIlsen ou Patrícia.
Ficamos no Hotel Emirates. Novo, sem luxo supérfluo, acabamento de bom gosto e ótimo serviço. A equipe é atenciosa, rápida e não mede esforços para realizar nossas vontades. Sábado à noite fomos jantar no lado uruguaio da popular Praça dos Cachorros, o Parque Internacional, que divide apenas pró-forma os dois países.
(Foto: Duda Pinto/Cortesia)
Única atração brasileira, trio elétrico da Banda Kelly encerrou a noite.
Única atração brasileira, trio elétrico da Banda Kelly encerrou a noite.
Fomos surpreendidos pelo carnaval de rua de Rivera, que tem muitas semelhanças com o nosso. Festa animada, descontraída, espontânea, sem regras rígidas, mas com intensa participação popular. Enormes bandeiras identificavam os grupos que dançam a ritmos como o candombe - manifestação cultural originária dos escravos da África que aportou no Uruguai no Século XVIII, executada com três tipos de tambores - e a murga, ritmo musical oriundo da Espanha que inspira influências do carnaval de Veneza.
Aportamos no Hotel Uruguay-Brasil, no coração da Avenida Sarandy para jantar. Cardápio variado, comida variada, carta de vinhos acessível, cerveja gelada e preços compatíveis. Do restaurante pudemos vislumbrar o desfile que se encerrou por volta da 1h com um trio elétrico brasileiro que arrastou uma multidão. Era a Banda Kelly, com a vocalista que dá nome ao grupo, ex-radialista hoje radicada em Itajaí (SC). Nos alto-falantes, sucessos de Ivete Sangalo, Cláudia Leite e a turma da Bahia.
(Foto: Duda Pinto/Cortesia)
Adultos, idosos e muitas crianças sambavam pela avenida confirmando o espírito comunitário daquele carnaval. Emissoras de rádio e tevê de Livramento transmitiram a festa. É uma integração real, bem diferente do fracassado Mercosul. O jornal A Platéia, um dos principais diários do Interior gaúcho, dedicou várias páginas ao festerê uruguaio ao lado da afiliada Rádio RCC, que transmitiu todas as noites ao vivo.
Voltei com a certeza de que a relação entre os povos transcende os distantes gabinetes de Brasília. A centenária convivência de Livramento e de Rivera tem no Carnaval a ratificação desta parceria. Viajei para fugir da folia, mas deparei com uma festa popular que não rende milhões em patrocínios, cachês e negócios. Mas diverte o povo, integra e fortalece laços afetivos da Fronteira da Paz.
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