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Gilberto Jasper
12/11/2013 | Fiasco ao celular
Quando minha esposa engravidou do primeiro filho – um guria - em meados de 1993, impôs uma condição:
- Eu não serei “mãe de primeira viagem” sem ter um telefone em casa. E ponto final! Imagina se eu precisar do pediatra no meio da noite ou se o nenê ficar com febre!
Naquela época uma linha telefônica custava mais de R$ 5 mil. Os jovens não sabem, mas muita gente, ao invés de possuir emprego fixo, alugava um ou dois aparelhos para viver com folga.
Além do custo, a demora do recebimento da linha era desanimadora. Estávamos há seis anos na fila da finada CRT.
Sem alternativas, resolvi encarar a fila para adquirir um telefone celular, numa época em que se pagava até para receber ligações. Isso levava amigos a ligar pra bater longos papos e até cantar, só de sacanagem!
Voltando à compra do celular, recordo que fiquei três horas e meia numa longa fila numa loja da CRT nos altos da Avenida Cristóvão Colombo, quase esquina com a Avenida Dom Pedro II (hoje Perimetral). O aglomerado de gente dava voltas em torno do prédio, mas à noite cheguei em casa feliz. Debaixo do braço trazia um reluzente modelo, enorme e pesado. Era o PT-550 da Motorolla, o precursor dos celulares, verdadeiro dinossauro no museu das telecomunicações.
Entre as rotinas pitorescas constava a obrigatoriedade de instalar um carregador de mesa para ressuscitar as baterias. A tarefa demorava um dia inteiro. Para não ficar sem comunicação compravam-se duas ou três unidades. Além disso, era preciso zerar totalmente a bateria.
No primeiro passeio que fizemos levando o celular na bolsa da minha mulher, o aparelhinho tocou alto e forte. Todo mundo em volta olhou atônito para nós. Minha mulher ficou tão envergonhada que se exilou no banheiro para atender a ligação. Este fenômeno se repetiu várias vezes
Recentemente lembrei o episódio ao vislumbrar um jornaleiro numa sinaleira em altos brados ao celular, enquanto eu aguardava pacientemente o final da ligação para comprar meu exemplar.
Hoje, certamente seria um escândalo alguém pedir o número do aparelho móvel e o interlocutor responder:
- Sinto muito. Eu não tenho celular!
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