Álvaro L. Teixeira
11/10/2010 | Problemas?
Muitas vezes já ouvi a expressão: “Todos têm problemas!”. Fico preocupado com esta afirmativa, pois confesso que não gostaria de ter problemas e sim metas. Acredito que a forma como encaramos as coisas pode transformar problemas em metas. Também já ouvi inúmeras vezes a expressão: “Problema sem solução, resolvido está!”. Esta é mais difícil de entender e internalizar.
Se um problema não pode ser resolvido ou não tem solução, não precisamos investir nosso tempo para solucioná-lo. Então na realidade esse não é um problema. Eu classificaria nessa categoria todos os problemas nos quais a solução não está ao nosso alcance. Se estivermos sem recursos que nos permitem a solução ou simplesmente não podemos solucioná-los, então por que nos preocuparmos com eles?
Por outro lado, não devemos esconder os problemas reais e que podemos solucionar embaixo do tapete. Eu sei que muitas vezes usamos o artifício de “empurrar com a barriga”, “postergar”, “procrastinar” e vamos deixando para depois. Quando adotamos essa estratégia, estamos simplesmente alimentando o problema e fazendo com que ele cresça e transforme-se em um monstro.
Vamos a um exemplo simples, envolvendo dinheiro, pois este todos são capazes de entender, contar, e não se deixar enganar. Você conhece alguém que não sabe ler? Pois todos os analfabetos que conheci eram excelentes em gerenciar o dinheiro, não precisavam de papel e faziam contas sofisticadas de cabeça.
Vamos ao exemplo: o dinheiro que recebo mensalmente não está sendo suficiente para pagar todas as contas. Todo mês falta um pouco, muito pouco mesmo. Se você é assalariado, pode pensar que quando o décimo terceiro vier tudo pode se resolver. E a sua dívida bancária, ainda que pequena e muito menor que o seu salário atual, continua crescendo como se recebesse adubo todo dia. Este é um problema que está sob o seu controle. Se não tomar nenhuma atitude, a bola de neve pode crescer e você nunca mais poderá segurá-la ou controlá-la.
Não adianta colocar embaixo do tapete. Um dia, teremos notícias muito claras a respeito. Outro exemplo simples: o filho não quer ir mais a aula, um dia tem dor de cabeça, outro está com um mal-estar, enfim desculpas não faltam. Se não descobrirmos o motivo e resolvermos o problema, achando que as abóboras irão acomodar-se com o trote da carreta, podemos ser surpreendidos com a simples necessidade de repetir o ano ou algo muito pior.
O que quero dizer é que os verdadeiros problemas devem ser encarados frente a frente e resolvidos. Enquanto aqueles que nada se pode fazer a respeito devem ser eliminados. Podemos dizer que devemos enfrentar os problemas reais e não perder tempo com os problemas imaginários. Os problemas imaginários podem estar consumindo a nossa energia e nos enfraquecendo para o enfrentamento dos problemas reais.
Para decidirmos o que é real ou imaginário, podemos utilizar varias técnicas. A primeira é identificarmos se o referido problema vai nos impedir de ir em frente. Depois podemos avaliar se ele vai crescer ao longo do tempo. Nessas duas afirmativas: se formos impedidos de continuar ou aumentar de tamanho, estaremos diante de problemas reais que devemos cuidar.
Porém só devemos enfrentá-lo se tivermos a certeza de que a solução está ao nosso alcance. Porque, se não estiver, a classificação passa para problema imaginário. E vai para o rol dos que não devemos nos preocupar.
Estaremos equilibrados quando não deixarmos os problemas imaginários nos afetar e não permitirmos a continuidade dos problemas reais, resolvendo-os.
Publicado originalmente em 13/10/2008
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