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Álvaro L. Teixeira

A cada dia nós acabamos percebendo que o mundo realmente esta mudando. As instituições e os costumes mudam rapidamente. Para onde olharmos a mudança está acontecendo.

Lembra do tempo que ser funcionário do Banco do Brasil era sinal de respeito e admiração? Lembra quando para pagar nossas contas íamos aos bancos e ainda tomávamos um cafezinho com o gerente? Hoje os bancos de uma maneira geral têm na entrada um conjunto de maquinas para nos atender. Um grupo de estagiários treinado para ajudar quem ainda não aprendeu a utilizar estes equipamentos de última geração.

Que podem fornecer dinheiro, extratos de conta, acatar pagamentos, emitir talão de cheques e aceitar depósitos em dinheiro ou cheque entre outras atividades já disponíveis. Estes terminais de atendimento devem ser muito caros, pois hoje pagamos até o ar que respiramos para os bancos coisa que não fazíamos há menos de 15 anos atrás. Os estagiários ainda conseguem evitar que a maioria dos correntistas entre na agencia através de uma porta giratória controlada por um guarda.

Depois de muita conversa e papo para convencer o estagiário que realmente precisamos entrar na agência. Ao entramos precisamos da senha de atendimento sem a qual não conseguiremos que ninguém fale conosco. Existem cadeiras para esperarmos sentados, pois quase sempre é demorado para sermos atendidos. Você lembra como era antes? Pois é não estou dizendo que agora é melhor ou pior estou só lembrando que a mudança foi muito rápida e isso talvez explique as mudanças de atitude de algumas pessoas.

Outro dia em uma destas filas dentro da agencia de um banco observei uma senhora de mais de sessenta anos com fones de ouvido. Eu sei o que me chamou a atenção. Eu estou acostumado a ver jovens com fones de ouvido a toda hora e não me importar com o fato considerando normal. Alguns fazem trejeitos com o corpo para acompanhar a música que estão ouvindo e falam alto como se fossem surdos. Mas nunca considerei o fato como importante.

Agora uma senhora de fones de ouvido já é uma mudança, pelo menos para mim inesperada. Fique tentando identificar os motivos que poderiam ter levado a “senhora” a usar os descendentes do walkman que vem sendo usado pelos jovens desde os anos oitenta. Estaria ela ouvindo opera como o Akio Morita da Sony? Acredito que não.

O que levou esta senhora a usar o aparelho que por algum tempo ganhou o apelido de “egoísta” foi provavelmente a mudança que estes tempos modernos vem fazendo sobre a nossa vida diária.

Acho que o exemplo dos bancos entre muitos é suficiente para percebermos que a tecnologia vem nos ensinando a fazer as coisas sem o auxilio de outras pessoas. Como ficamos sozinhos para usar estes novos equipamentos os fones de ouvido nos ajudam a enfrentar as filas do dia a dia curtindo um som pelo menos.

Eu ainda não havia esquecido à senhora de fone de ouvidos no banco e encontrei um senhor de fones de ouvido no supermercado. Fiquei um pouco intrigado sobre as coisas que estes tempos modernos estão nos apresentando.

Outro dia fui visitar uma empresa e me ofereceram cafezinho. Olhei em volta procurando a máquina automática de fazer café e derivados, torcendo para que não fosse movida a moedas como a maioria. Eu estava enganado a recepcionista ligou para alguém e pediu um cafezinho. Logo chegou a senhora do cafezinho e para minha surpresa com fones de ouvido. Fiquei pensando nos Tempos Modernos! Você já aderiu? O que falta?

Publicado originalmente em 26/01/2009