Álvaro L. Teixeira
25/10/2010 | Personalidade forte ou teimosia?
Em geral, aprovamos as pessoas que têm personalidade forte e reprovamos as teimosas. Quando estamos falando de alguém que gostamos ou admiramos, achamos que a personalidade forte é uma qualidade. Se estivermos pensando em alguém com quem não temos afinidade, vamos lembrar a teimosia.
Vamos ver se consigo mostrar o que acabo de afirmar. Pense em uma pessoa que você considera que tem personalidade forte. Alguém do seu círculo de amizades, algum parente próximo ou distante, um amigo. Em seguida, lembre de alguém que você considera teimoso. Alguém que chega a ser chato pela sua teimosia e incapacidade de ouvir a opinião dos outros. Pensou? Qual a diferença entre essas duas pessoas? Na realidade, o que difere é a relação que você tem com elas. E não só as características delas. Pensando assim, os nossos inimigos são teimosos e os nossos amigos têm personalidade forte.
O grande problema da personalidade forte ou da teimosia é a incapacidade de estar aberto a novas oportunidades. O grande entrave de convicções fortes é não perceber o que está se passando a nossa volta. É perder a capacidade de ver as coisas como realmente são ao invés de julgá-las pelas premissas e regras já “consagradas” em nossa opinião.
Quando já “sabemos”, não precisamos mais aprender e quando chegamos neste estágio paramos de perceber o mundo que nos cerca na sua verdadeira forma. Vemos o mundo do nosso jeito e nos recolhemos às nossas “preconcebidas” visões. Perdemos então as melhores oportunidades da nossa vida de aprender e crescer.
Tenho tentado todos os dias me policiar para entender como neste mundo atual cheio de mudanças podemos acompanhar e não perder as oportunidades oferecidas. Sempre achamos que as coisas acontecem da mesma forma. Ficamos pensando que estamos com a razão e quem vem com novas idéias ou com percepções diferentes está errado. A história já nos mostrou que devemos estar atentos às novas ideias e a outras formas de fazermos as mesmas coisas. Se ficarmos fechados nas nossas convicções, não veremos as oportunidades por mais perto que passem do nosso nariz.
Gran Bell, que inventou o telefone, foi questionado para que servia aquilo, pois as pessoas quando queriam conversar com as outras se encontravam e conversavam. A convicção é que para um falar com o outro precisavam estar na mesma sala ou próximos e que se isso não acontecesse não era necessário conversar.
Quem de nós hoje é capaz de viver sem o telefone? Eu já diria que é impossível viver sem telefone celular. Concordam? Mas, cuidado. Aí está outra “convicção fechada” que pode nos impedir de perceber novas oportunidades. A minha preocupação é prestar atenção a todas as convicções e tentar ouvir o outro lado.
As convicções “fechadas” sempre serão um entrave para podermos perceber novas oportunidades. Precisamos retirar as amarras que nos prendem ao passado e ao conhecido para poder observar todo o resto que nos cerca. Não significa que vamos acreditar em tudo e em todos. Precisamos sim entender o porquê e avaliarmos se serve ou não para nós e para nossa realidade... As oportunidades estão a nossa volta e o pior cego é aquele que não quer ouvir!
Publicado originalmente em 03/11/2008
Compartilhe
- Dia de Santa Adelaide
- Dia de São José Moscati
- Dia do Butantã
- Dia do Reservista
- Dia do Síndico - Porto Alegre
- Dia do Teatro Amador