Álvaro L. Teixeira
02/05/2016 | O trânsito!
Em todas as grandes cidades brasileiras, o trânsito vem “piorando” no sentido de que a cada dia ficamos mais um pouco dentro dos carros ou ônibus para chegar a um mesmo lugar. Na cidade de Maceió, onde estou morando agora, o aeroporto fica a quase 30 quilômetros de distância. Se for ao aeroporto no meio da madrugada, para aqueles voos noturnos, o tempo que levo é de 15 a no máximo 20 minutos.
Incluindo sair da garagem em casa e estacionar no aeroporto. Em qualquer hora do dia, não consigo chegar ao aeroporto em menos de 35 a 40 minutos. Ou seja, se houver trânsito, preciso do dobro do tempo para chegar lá. Ainda existe a possibilidade de ter de ir ao aeroporto na hora do pique (rush), indo para o trabalho ou voltando. Posso precisar de até uma hora para percorrer a mesma distância.
Ouvindo o noticiário, escuto que o trânsito tem piorado a cada dia e que precisa ser feita alguma coisa a esse respeito. Se ele tem “piorado” é porque existem mais carros para passar pelos mesmos lugares. As pessoas têm mais dinheiro, estão comprando mais carros e por isso estamos cada vez mais engarrafados. Essa premissa por um lado é muito boa, pois aponta que o nosso padrão de vida está aumentando.
E com isso nosso país esta crescendo. Podemos também achar que não estamos melhorando “tanto” de padrão de vida e o que está acontecendo é que a população vem aumentando e consequentemente o número de carros também.
Ainda ouvindo o noticiário, descobrimos que o número de carros novos vendidos nos últimos anos é o dobro do que há apenas cinco anos. Hoje está muito mais fácil comprar, devido ao crédito alongado. E graças a esse crédito, quando terminarmos de pagar o carro, ele já está uma “lata velha”. Apesar da crise, ouvi que os carros continuarão com um crédito espichado para não “travar” as montadoras.
Continuamos com o mesmo problema: mais carros, nas mesmas ruas, geram mais engarrafamento e precisamos de mais tempo para chegar ao mesmo lugar. As soluções que ouço são interessantes. Melhorar os ônibus, criar corredores onde não existem e escalonar a saída de carros, de acordo com a placa, a exemplo do que já é feito em São Paulo. Com a facilidade de crédito e com a indústria automobilística em vento de popa, muita gente poderá trocar um carro mais caro por dois mais baratos. E continuar a andar todo dia... A esperança é que a minoria escolha essa opção.
Porém, vamos ser sinceros: o problema vai continuar. Mais pessoas querem passar no mesmo lugar ao mesmo tempo. E vai chegar um dia em que tudo vai parar, como já foi mostrado em uma reportagem de domingo à noite, na televisão. Nessa mesma reportagem, falou-se em São Paulo, Porto Alegre e Rio de Janeiro, como os casos mais críticos.
Sabem o que ainda não vi no noticiário? Ninguém até agora falou em mudar o plano diretor das cidades, impedindo as construções que colocam, no mesmo prédio, muitas pessoas para trabalhar ou morar. A última vez em que estive em São Paulo, no bairro Brooklin Novo, das 17h às 19h, estava tudo tremendamente engarrafado. O incrível é que nesse bairro estão sendo construídos, na mesma quadra, em uma rua estreita, três prédios com mais de 20 andares. Se cada andar tiver duas pessoas com carro, em dois anos serão mais 120 carros querendo passar por aquela rua. O engarrafamento vai ser de quatro a seis horas, e não de duas como é hoje.
Apesar disso, acredito que preciso ler mais jornal, escutar mais rádio e ver mais televisão. Talvez alguém já esteja falando nisso e eu não percebi. Mas posso fazer isso no próximo engarrafamento!
Publicado originalmente em 17/11/2008
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