Álvaro L. Teixeira
29/11/2010 | A opinião do vizinho
Os seres humanos caracterizam-se entre outras peculiaridades pela “necessidade” de viver em sociedade. Depois de atendidas as necessidades mais básicas conhecidas como fisiológicas e as de segurança, as próximas a serem atendidas são as sociais. Quem disse isso foi Abraham Maslow, na década de 60, quando publicou o seu diário com a pirâmide das necessidades.
Começando da base da pirâmide com as necessidades fisiológicas, e subindo para as necessidades de segurança, social, de estima e auto-realização para aqueles que conseguem chegar ao topo.
Todos os seres vivos têm as necessidades fisiológicas e de segurança e vivem para atender a estas duas primeiras necessidades. Alguns animais têm a necessidade social, podemos identificar isso naqueles que vivem em bandos como, por exemplo, os elefantes, entre tantos outros.
A próxima necessidade na escala de Maslow é a de estima, na qual precisamos ser reconhecidos e esta depende muito mais dos outros que de nós mesmos. Se observarmos a nossa volta, perceberemos que existem pessoas em todos os cinco níveis propostos por Maslow.
As crianças certamente fazem parte da base da pirâmide na qual atender às necessidades fisiológicas é a sua prioridade. Uma vez que estamos alimentados, agasalhados e temos um lugar para dormir e poder reproduzir, passamos para a segunda necessidade, segundo Maslow. Precisamos de segurança.
E somos obrigados a reconhecer que no mundo atual está cada vez mais difícil de ter. Algumas pessoas chegam ao ponto de contrair a síndrome do pânico, e passam a ter medo de tudo e de todos. Uma vez que superamos essa necessidade, ou porque achamos que não vai acontecer conosco ou porque realmente nos sentimos seguros, vamos passar para o próximo degrau da pirâmide.
Vamos atender a nossa necessidade de sermos aceitos na sociedade. Vamos precisar nos sentir parte de alguma coisa. Pode ser de um grupo de motociclistas, dos clientes especiais da Avon, do grupo dos apreciadores de comidas exóticas, entre tantos outros.
Quando temos a certeza de que fomos aceitos pelo grupo que escolhemos participar, passamos ao próximo nível: o da estima. Neste nível, precisamos ser reconhecidos. Precisamos que as pessoas do nosso grupo social ou de outros grupos percebam as nossas qualidades.
Se tivermos a oportunidade de conviver com grupos sociais pequenos, vamos perceber que cada um tem a sua especialidade e é reconhecido por ela. Isso permite o equilíbrio do grupo e a seus integrantes atenderem à quarta necessidade na pirâmide de Maslow. É nesse patamar que a opinião do vizinho pode ficar importante e inclusive influenciar na nossa vida de forma definitiva.
Precisamos ter o cuidado para não agirmos como o vizinho gostaria que fizéssemos ao invés de sermos nós mesmos. Para atender a essa necessidade, precisamos mais dos outros do que de nós mesmos. Quem mora nas grandes cidades pode não conhecer o vizinho, mas seu colega de trabalho pode fazer esse papel de forma perfeita.
Quando conseguirmos atender a essas quatro necessidades, estaremos prontos para o topo da pirâmide. A necessidade de auto realização fica no topo e depende apenas de nós mesmos. Conseguimos atingi-la quando buscamos superar a nós mesmos, quando a competição com os outros não é importante. O que importa é provar a nós mesmos do que somos capazes.
O caminho mais curto para chegarmos ao topo da pirâmide de Maslow é controlarmos a nossa capacidade de escutar o que os nossos vizinhos estão falando. Se estirem falando qualquer coisa negativa a nosso respeito, não precisamos saber e tudo que for falado de bom sobre nós devemos receber com reserva e análise crítica. Devemos saber lidar sempre com a opinião do vizinho.
Publicado originalmente em 08/12/2008
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