Álvaro L. Teixeira


29/02/2016 | Responsabilidade

Existem algumas questões difíceis de responder. Tente responder às perguntas a seguir, com confiança e sem parar para pensar. Pelo que somos responsáveis? Até quando somos responsáveis pelos nossos pais? Até quando somos responsáveis pelos nossos filhos? Qual é a nossa verdadeira responsabilidade? Quando podemos deixar de nos preocupar com os outros? Está certo ser egoísta? Até que ponto devemos pensar nos outros ou em nós mesmos? Eu sei, é difícil respondê-las, ainda mais com a certeza de não estar errando.

A resposta mais educada e utilizada para fugir da situação seria a seguinte: depende de cada situação. Não podemos ter uma regra pronta para esse tipo de questões. Devemos conhecer o todo e tudo para podermos tomar uma decisão.

É claro que é difícil responder sem utilizar o subterfúgio da especificação do problema. Toda vez que precisamos ir fundo nas informações, estamos adiando a verdadeira decisão. E não estamos respondendo às perguntas. Estamos, na realidade, dando desculpas a nós mesmos para fugir das perguntas.

Precisamos ter o cuidado de não tentar influenciar as pessoas que estão mais próximas de nós, para que façam aquilo que é melhor para nós e não para elas. Isso acontece quando não deixamos nossos filhos irem a algum lugar pelo simples fato de que, se forem, ficaremos preocupados apesar de não termos motivo para isso. Quando queremos que nosso companheiro ou companheira abra mão de alguma coisa que ele goste de fazer. Ou quando não queremos que nossos pais façam alguma coisa que nos deixará desconfortáveis.

Enfim, toda vez que em nosso beneficio tentamos modificar o comportamento de quem está perto de nós, pelo simples fato de que será melhor para nós. Uma vez tomado esse cuidado, tenho certeza de que não estaremos atrapalhando a vida dos nossos entes queridos.

Assim como não devemos pensar primeiro em nosso bem-estar, para influenciarmos as atitudes dos outros, nós também não somos responsáveis pelo bem-estar e felicidade dos outros. Se o outro não quer estar de bem com a vida, nada do que fizermos vai mudar isso. Precisamos estar totalmente conscientes de que a felicidade de cada um não é de nossa alçada. Ao tentarmos fazer os outros felizes podemos estar nos tornando infelizes e quem sabe alegrando um e entristecendo outro.

O dia em que conseguirmos nos convencer de que a felicidade e o prazer dos outros não é nossa responsabilidade, seremos mais tranqüilos e muito mais capazes de encarar a vida de frente. Posso garantir que se você abrir mão de ser responsável pelo prazer dos outros estará dando um enorme passo para o seu próprio prazer e felicidade. Se não precisarmos sofrer pela infelicidade alheia, já estaremos no meio do caminho.


Publicado originalmente em 22/09/2008


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