Iane C. Alvares
12/10/2010 | A meia-idade
Quem é este, entre 40 e 60 anos, que já não é mais jovem, mas que também não é idoso?
O mais característico desta idade é a “reavaliação”. É um momento no qual se costuma fazer um balanço do que foi feito até agora. Já se está na segunda metade da vida, até aqui se plantou, está na hora de começar a colheita. A colheita poderá ser boa ou ruim, mas se estiver insatisfeito com ela, ainda há tempo de tentar alguma mudança.
Aos 40 ou 50 anos, a vida profissional já está encaminhada, com cursos e especializações que conseguiu fazer; a vida familiar, normalmente, também já está constituída ou decidida, podemos ver casados e solteirões, com filhos ou sem filhos...
Ao olhar para o campo pronto para a colheita, o sujeito pode dar-se conta de que a juventude já passou, resta agora lutar para conseguir colher, o melhor possível no trabalho, na família, com as amizades e consigo mesmo.
Na profissão, vemos, na maioria das vezes, o momento de atingir o cume, com grandes satisfações, como resultado de anos de estudo e trabalho. Também está na hora de ensinar aos mais jovens, de passar sua experiência profissional e de vida para a geração seguinte. É uma tarefa muito difícil deixar que a nova geração tome posse. Para tal, é necessário muita maturidade e segurança narcísica que possibilite a aceitação de sua finitude.
Na família também estão ocorrendo mudanças significativas. Os filhos crescendo e gradativamente se afastando dos pais, levando o casal a ficar novamente a sós. É o que se chama de “ninho vazio” que pode ser superado com uma renovação no casamento, com viagens e outro tipo de lazer sem a preocupação com os filhos ou com a profissão que, agora, já está mais estruturada e definida, alguns até se aposentando. Todo um recomeço no relacionamento com a vantagem de estarem mais maduros e de conhecerem bem mais um ao outro.
Porém, se o relacionamento já não vinha bem, agora sem ter mais a desculpa de continuarem juntos por causa dos filhos, muitos casais podem optar pela separação.
Às vezes ficamos de queixo caído ao saber de pessoas que dão verdadeiras reviravoltas aos 50 anos, trocando até de profissão e de estilo de vida.
Outro aspecto importante é que, apesar de hoje em dia, aos 50 ou 60 anos, ainda se estar em plena atividade intelectual e profissional, não dá mais para negar que a velhice se aproxima, pois o corpo começa a dar sinais. A pressão sobe, as rugas aparecem, chega a menopausa com seus calorões, a potência não é mais a mesma...
Homens e mulheres tentam reverter a situação, já aos 40 anos colocando botox, fazendo cirurgias plásticas, tomando Viagra e freqüentando academias. Só aos poucos se consegue aceitar a inevitável passagem do tempo. Mas não é fácil, frequentemente surgindo depressões.
O desfecho positivo ou negativo vai depender principalmente do resultado da auto-avaliação e do grau de satisfação com a sua colheita. Um resultado mais negativo pode desencadear ou uma reação e luta para, ainda, mudar o resultado final; ou uma depressão, ou quem sabe, uma saída mais criativa. Mas o que é certo é que o indivíduo, desde o berço, já vem se preparando para este momento; já vem fortalecendo seu ego e amadurecendo para enfrentar o início da velhice de maneira melhor ou pior.
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