Iane C. Alvares
18/03/2013 | A curiosidade e vontade de saber
Hoje gostaria de falar sobre o ser humano em sua busca pelo conhecimento, querendo descobrir os mistérios da vida, investigar, conhecer. Este tema já foi relacionado ao instinto, outros autores falaram em ‘pulsão epistemofílica’.
Podemos admirar um bebê no colo de sua mãe, ele a observa, buscando-a com seu olhar. Se for maiorzinho, cinco, seis meses, tenta mexer na boca, nos olhos, nos brincos e roupas de quem o segura; se vira para qualquer movimento ou barulho que ouve. Aos 8 ou 9 meses engatinha pela casa com olhar atento a cada detalhe, nota logo algum objeto diferente, que não estava ali anteriormente; examina-o, muitas vezes, com a boca. É o bebê curioso, se relacionando com o mundo, descobrindo-o.
Estranhamos quando vemos a situação oposta: a falta de interesse pelas pessoas e pelas coisas. No entanto, sempre estará presente, ainda que inibida, certa curiosidade e o desejo de conhecer e de ser conhecido pelo outro. A falta de curiosidade está na raiz de inúmeras dificuldades na escola e no aprendizado. Existem pessoas que aparentemente não querem saber; outras que evitam ou ficam bloqueadas frente a determinados assuntos.
Muitos autores da psicanálise, principalmente W. Bion, trouxeram contribuições importantes para este tema. Apontam o vínculo mãe-bebê como crucial para o desenvolvimento da capacidade para o conhecimento e a curiosidade. Inicialmente a mãe vai discriminando, nomeando e apresentando o mundo ao seu filho. Como é feita esta tarefa, dependerá a futura relação do bebê com sua curiosidade e vontade de conhecer o mundo ou esquivar-se dele; olha-lo com curiosidade ou com temor.
A criança, frente a alguma situação de frustração ou dificuldade, irá pensar sobre uma solução, e, assim, vai descobrindo como lidar com o mundo e desenvolvendo seu pensamento. É uma verdadeira pesquisadora. A criança que nunca é frustrada ou que o é em excesso, não conseguirá se desenvolver naturalmente nesta área do pensar e do saber.
A questão está, aqui, extremamente simplificada, é bem mais complexa e dependerá de inúmeros fatores, porém, é importante pensarmos sobre este início da curiosidade infantil destes nossos pequenos exploradores, que impulsiona o ser humano a pensar e desejar saber.
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