Iane C. Alvares


30/11/2014 | A importância do Chaves para toda uma geração

Nesta semana em que várias gerações estão de luto pela morte do inesquecível....., nosso querido Chaves, não param de aparecer postagens nas redes sociais sobre o assunto: uns lamentando pelo autor dos episódios e ator do personagem principal, outros homenageando, outros, ainda, contando a importância do seriado de TV para a sua história pessoal.

O Chaves era um menino pobre, órfão, desajeitado, mas amado por crianças e jovens do mundo todo. Sua casa, onde se escondia dos perigos ou das mágoas da vida, era um barril no pátio de um edifício.

Convivia e era amigo de crianças que apresentavam melhores condições de vida. Um vizinho, Kiko, superprotegido pela mãe, Dona Florinda; uma amiga fiel, Chiquinha, protegida pelo pai frágil e desempregado, o seu Madruga. Seu barriga, proprietário dos imóveis, só aparecia para cobrar o aluguel, para desespero de todos. Também havia a “bruxa do 79”.

Enfim, uma comunidade simples e comum, considero que é exatamente esta característica que tanto encanta a adultos e, principalmente, crianças e adolescentes. Um ambiente comum, pode fazer com que todos se identifiquem em um aspecto ou em outro com alguns dos personagens.

Mas o que estes episódios tinham de diferente? Eles eram leves e agradáveis de assistir. Não eram vazios, nem agressivos. Cada episódio trazia embutido um ensinamento, como se fossem fábulas. As piores situações sempre acabavam bem, situações estas do dia-a-dia de qualquer criança, pelo menos das crianças daquela época que brincavam nas ruas, jogavam bola arriscando quebrar a vidraça do vizinho, que eram pegas em flagrante fazendo uma arte, que ganhavam castigos, que eram descobertas em pequenas mentiras... Tudo acabava bem, ensinando aos adultos a tolerarem as artes de seus filhos e às crianças a não mentirem e a assumirem suas atitudes.

O acabar bem é importante tanto nos filmes e seriados de TV como nos seculares contos de fadas. Acabar bem dá a quem assiste a possibilidade de acreditar, de ter a ilusão de que qualquer que seja a dificuldade a ser enfrentada, sempre haverá uma saída satisfatória. Em outras palavras, o final feliz traz esperança num futuro melhor.

O mundo em que vivemos, tão sem esperanças e que nos desiludimos com as figuras de autoridades, um mundo sem ética, este mundo perdeu na semana passada um ser amoroso, ético que tanto ensinou a duas ou três gerações. Só nos resta acreditarmos e esperarmos que as sementes plantadas nos psiquismos de seus admiradores gerem muitos frutos e que muitos outros Chaves possam ir surgindo.


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