Fábio B. Salvador
26/01/2016 | Viagem à Ilha de Bundas e ao Arquipélago das Bananas
Hoje, vamos conhecer esta formidável nação encravada em algum lugar do Mar do Caribe, e que tem tantas relações diplomáticas com o Brasil, que às vezes até parece fazer parte dele.
Sejam Bem Vindos à Ilha de Bundas! Um país de gente como a gente!
HISTÓRIA
A ilha foi avistada pela primeira vez pelo navegador britânico James Butt em 1712, mas permaneceu sem dono até 1845, quando a Coroa Espanhola mandou para lá o capitão Juan Alfredo Salazar de La Bunda Roja y Boyola, que a registrou.
Em 1962, o brasileiro Zé Reinaldo Pamonha ganhou muito dinheiro na loteria e comprou a ilha dos espanhóis, fundando seu próprio país, povoado inicialmente por seus parentes e amigos.
NOME OFICIAL
O Sereníssimo e Indestrutível Reino Unido da Ilha de Bundas e Arquipélago das Bananas.
SÍMBOLOS NACIONAIS
A bandeira nacional é a foto de uma bunda, gostosa e pelada, meio suja de areia da praia. O hino nacional muda todo ano, e é basicamente o hit mais tocado no Carnaval daquele ano no Brasil. Normalmente, um axé genérico ou algo assim.
O lema inscrito na bandeira e nos brasões é a frase motivadora "A vida é feita de fases – ou tu fazes, ou tu não fazes."
GEOGRAFIA
70% do território do país é formado pela (não muito) grande Ilha de Bundas. O resto, distribui-se entre as minúsculas (cada uma abriga apenas um bangalô ou uma lojinha de souvenirs) Ilhas das Bananas.
ECONOMIA
A economia é calcada em quatro bases: sacanagem, roubalheira, putaria, e maconha. A principal fonte de receitas da Ilha de Bundas é a roubalheira e a sacanagem. A honestidade é proibida no país, e tudo o que qualquer pessoa desvia ou afana é tributado.
Bundânios que seguem carreiras na pilantragem no Brasil também pagam impostos sobre a falcatrua, como forma de financiar o sistema educacional do país, ao qual devem seu sucesso.
SISTEMA EDUCACIONAL
Na Ilha de Bundas, as crianças são separadas em dois grupos. Metade das crianças começa a vida escolar lendo as obras da série "Nova História Crítica", do Mário Schmidt. A outra metade, lê a série "História Politicamente Incorreta", do Leandro Narloch.
No final do Ensino Fundamental, o primeiro grupo é obrigado a ler sites feministas e anti-opressão, tipo Geledes e Escreva Lola Escreva. Já o segundo grupo assiste aos discursos do Bolsonaro e lê Olavo de Carvalho. Isso forma a base inicial do ensino, introduzindo conceitos de forma suave.
Depois da sexta série, vem a parte radical: as matérias específicas de lavagem cerebral, única ocasião em que os dois grupos dividem os mesmos professores, mas em horários alternados para evitar confusão. É nesta parte que a intolerância e o não-diálogo tornam-se naturais na criança.
Os dois grupos obviamente se odeiam, e são estimulados a brigar o tempo todo. Desenvolvem as habilidades de pancadaria, uso de armas brancas, e de gritaria e ofensas.
Muitos jovens optam por sair da escola logo no fim do Ensino Fundamental. Muitos vão para o Brasil, onde seguem carreiras bem-sucedidas como ativistas sanguessugas de alguma causa, trolls da internet, ou militantes pagos de algum partido.
Quem continua na escola até o Ensino Médio passa a ter aulas de falsificação de documentos, montagem de dossiês, e chantagem. Os que optam por sair da escola apenas com esta diplomação têm sempre oportunidades como assessores na política do mundo todo, e também no mundo corporativo.
Finalmente, os poucos que continuam até o Ensino Superior, têm apenas uma instituição disponível: a Universidade Federal de Bundas, em cuja porta está gravada a frase "Já pensou se a gente só se preocupasse com o que é importante? Não teríamos nada com o que se preocupar."
Lá, só há um curso: Sociologia Aplicada.
Nele, os alunos aprendem que tudo aquilo que estudaram antes é uma grande bobagem. Eles são encorajados a cessar as brigas entre si, já que o objetivo da vida é um só: o lucro. Mas o discurso radical aprendido antes deve ser mantido, porque é ele que possibilita a roubalheira da esquerda e da direita, de forma alternada.
Os graduandos da UniBunda fazem muito sucesso. Muitos deles imigram para o Brasil, onde fazem carreira na política profissional.
Outros, simplesmente tornam-se blogueiros sustentados por alguma empresa, grupo de interesses ou alguma estatal. Os mais proeminentes acabam em revistas semanais brasileiras.
A INDÚSTRIA
A Bundânia é o maior fabricante de radares móveis ("pardais") do mundo. Também produz aqueles celulares desgraçados com prazo de validade. E inunda os mercados com cópias perfeitas dos videogames da linha Playstation, mas que passam a não ler a maior parte dos discos após alguns meses. Controles de videogame sem fio que perdem o sinal no meio da luta também são feitos por lá. Ou seja, a indústria do país é baseada em sacanear as pessoas.
É lá também que algumas cervejas pilsen brasileiras são fabricadas, tendo como componente principal o mijo.
Outro produto são as placas de carro. Basicamente, qualquer carro roubado no Brasil pode receber uma placa da Ilha de Bundas e circular livremente pelo Mercosul.
FORÇAS ARMADAS - MARINHA
Quando comprou sua ilha, Zé Reinaldo achou importante comprar também alguns navios de guerra velhos, e eles formam atualmente a Esquadra Bundeira.
São eles: o Vingança, o Kraken, e o Caronte. Todos eles navegam usando uma versão um pouco modificada da bandeira nacional.
Kraken, que recebeu o nome de um monstro mitológico gigantesco, tem como bandeira uma foto de uma bunda usando um biquíni fio dental vermelho.
Caronte, um navio preto e horripilante, recebeu seu nome do barqueiro mitológico que conduz as almas ao mundo dos mortos. Sua bandeira é uma bunda muito branca, com um biquini meio rasgado, parecendo pertencer a uma morta-viva.
Vingança é o maior dos barcos. Sua bandeira é a foto de uma bunda com um Jolly Roger tatuado (estamos falando aquela caveira típica de navio pirata). Há uma regra que torna obrigatório o uso de tapa-olho pelo capitão deste navio, mesmo que ele enxergue bem com os dois olhos.
Em tempos de paz, os navios são usados para atividades econômicas de interesse do Estado Bundânio.
O Vingança faz missões de escolta e transporte para o negócio de DVDs e roupa "de marca" falsificados. O Caronte, há algumas décadas fazia desova de corpos dos adversários dos regimes militares da América Latina, e atualmente presta o mesmo serviço a outros governos totalitários, tendo mudado sua base de operações do Oceano Atlântico para o Pacífico. O Kraken combate barcos do Greenpeace, a serviço de baleeiros e outras pobres vítimas da turma natureba.
FORÇAS ARMADAS – EXÉRCITO
Ao contrário da maioria das nações, na Ilha de Bundas o serviço militar obrigatório ocorre aos 14 anos. E os soldados não servem no país, mas em missões no estrangeiro.
Normalmente, no Brasil, onde tomam as sinaleiras, achacam motoristas gritando "tá bem guardado", e assaltam no ponto de ônibus. Antigamente, também "filavam" fichas nos fliperamas, mas esta atividade entrou em declínio na virada do século.
Também é corrente a atuação conjunta de soldados do país com gangues brasileiras, que sempre precisam de um "dimenor" para puxar o gatilho, fazer a parte mais grave do crime, e ser liberado pela Justiça, com base na Lei dos Direitos dos Manos.
FORÇAS ARMADAS – AERONÁUTICA
Na ilha, há poucos aviões e helicópteros em operação, mesmo porque o país não possui uma pista para isso. A maior parte da atividade aérea constitui-se de não-voos: a estatal LuftBunda normalmente emite notas frias para justificar gastos de viagem inexistentes a políticos brasileiros.
Recentemente, uma das poucas aeronaves realmente operacionais do país foi apreendida no Brasil, gerando um incidente internacional. O caso ficou conhecido como Escândalo do HeliCoca, e vem preocupando a ONU.
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