Fábio B. Salvador


03/10/2017 | Uber: vamos falar sobre liberdade?

Regulamentar o trampo dos motoristas de aplicativos como Uber e assemelhados parece ser a pauta mais importante do Brasil neste momento. Se olharmos para trás, toda essa discussão começou com o lobby dos taxistas, em uma reação típica de categoria ameaçada pela destruição criativa. Como a dos músicos quando inventaram o toca-discos, nos EUA.

A regulação do serviço até pode ser necessária se levarmos em conta que as corridas estão muito baratas, e os motoristas estão dirigindo dia e noite para tirar apenas o dinheiro do lanche e do café. É desumano, claro.

Em um mercado livre, sem regulamentação, Uber, 99Pop, Cabify e concorrentes são livres para pagar tão pouco quanto alguém aceite receber para trabalhar. Na prática, isso está reduzindo pessoas desesperadas à escravidão.

Mas se falamos na liberdade para explorar, falamos também na liberdade de os trabalhadores se organizarem e pararem de trabalhar ao mesmo tempo, obrigando o “patrão” a renegociar as condições e valores envolvidos. Ou de criarem outro aplicativo para si, aplicativos regionais. O que seja!

Aliás, foi baseando-se neste direito sagrado que os trabalhadores têm, de dizer coletivamente qual o limite à exploração aceitável, que surgiram os primeiros sindicatos (pra valer, não esses que temos hoje), e assim ainda funcionam em muitos países (como as chamadas “labor unions” nos EUA).

Isso a esquerda nunca dirá porque, claro, "sindicalismo" para eles não tem a ver com "ser livre para lutar pelo próprio destino", e sim, com verbas federais e trampolins de poder.

O caso é que os esforços pela regulamentação não focam a necessária e indispensável melhoria da relação entre multinacionais e motoristas. Não têm nada a ver com renda, qualidade de vida, proteção ao explorado. Não!

O foco é burocratizar. É botar a mão pesada do governo a controlar o negócio. Transformar o que era uma ocupação informal, um “bico” de renda extra, em uma atividade complexa e fortemente fiscalizada. Como os táxis, com as inevitáveis “máfias” da liberação de placas, que pipocam Brasil afora.

Imagine que legal: você tem um carro, trabalha o dia todo em um emprego, e resolve tirar um troquinho a mais no final de tarde, ou no sábado. Fazer um “cabritinho”. Para isso, você vai precisar pagar taxas em três esferas (federal, municipal e estadual), esperar liberações, e torcer para que o vistoriador veicular vá com a sua cara (a menos que você tenha amizade com o prefeito da sua cidade, bem entendido). Que beleza, hein? Nem vai ser um prato cheio para favorecimentos e corrupção, né?

Sabe o que é que vai acontecer? O serviço legal vai encarecer e o caronismo pago “popular” operará na clandestinidade, como sempre operou. Porto Seguro, por exemplo, não liberou os aplicativos. Mas os motoristas estão lá, “caçando” gente nas ruas.

A classe política brasileira pensa como o sujeito que tenta segurar a chuva usando uma raquete de tênis. E depois, ainda falam mal da presidenta que queria estocar vento.


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