Fábio B. Salvador
26/09/2017 | A vida fora do Facebook (um experimento)
imbecilização da grande massa frequentante do Facebook. Concluí que eu deveria sair daquela rede social. Alguns dirão que isso é suicídio social, e outros dirão que é impossível. Eu penso nas perspectivas que uma atitude radical dessas me abre.
O primeiro ponto é o tempo: ocupamos muito tempo com o Facebook. O segundo é a questão da informação: como as pessoas sabem do noticiário sem estar recebendo links para as novidades o tempo todo? Terei que ouvir rádio, ver TV, abrir sites noticiosos, talvez folhear jornais?
Terceiro: sair do Facebook te tira do convívio com aquela multidão conectada, curtindo e comentando tudo. Apenas amigos e conhecidos próximos, com alguma coisa real que os una (vizinhança, por exemplo) continuam ligados via Whatsapp. O resto da turba barulhenta desaparece.
Confesso que este último aspecto é meio apavorante. Mas será que aquele pandemônio de gente é mesmo necessário? Morrerei sem aquela multidão? Provavelmente não. Humanos sempre viveram em círculos sociais restritos, ocasionalmente reunindo-se em massa para debater coisas grandes.
Agora, vamos aos dados e sensações do experimento.
O primeiro efeito que observo, nestes primeiros dois dias depois de dar uma baixa temporária no meu perfil – dois dias sem novidades voando no meu rosto o tempo todo, nem absurdos para responder a cada segundo - é uma sensação estranha de calma.
Coisas que antes me eram familiares – como livros – reaparecem na paisagem. E as conversas reais também fazem bem mais sentido. Me parece que, quando o número de interações diminui, elas tornam-se mais prazerosas.
Não quero que pensem que sou um ludita, um brucutu, mas até pensar tornou-se mais fácil, mais claro, sem o bombardeio de informação ininterrupto.
Percebi que aquela obsessão de ficar zapeando a linha do tempo feito um aloprado, consumindo frases e imagens, disparando respostas rápidas aqui e ali, nos deixa em “modo automático” e nos rouba algo precioso: a digestão de cada informação recebida.
A vida aqui do lado de fora do Facebook é interessante. E não, a gente não morre só por sair da atmosfera Zuckerberguiana. O ar aqui é até mais limpo. Mando novidades assim que algo significativo acontecer mas, por enquanto, não senti efeitos negativos dignos de nota. Na verdade, em certo aspecto, me lembrei do filme “Matrix”. Naquela cena em que o cara acorda. Lembram?
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