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Fábio B. Salvador

Uma historinha insólita ganhou atenção nas redes sociais. Em uma cidade do Canadá, a comunidade de imigrantes muçulmanos teria encaminhado uma carta ao governo reclamando da merenda nas escolas públicas. Pediam a exclusão de diversos ingredientes proibidos na dieta ditada por sua cultura e religião.

O prefeito da cidade teria respondido com uma carta na qual anunciava que não mudaria nada na comida. A carta teria, ainda, um trecho lembrando aos imigrantes que foram eles que escolheram mudar-se para um país que possui seus próprios hábitos e cultura, cabendo A ELES (não aos canadenses) adaptarem-se, ou irem embora para um dos mais de 50 países oficialmente islâmicos no mundo, que incorporam a sharia aos sistemas legais oficiais.

A história é tão insólita quanto falsa. É só um boato.

O interessante é que a avassaladora maioria das pessoas parece ver positivamente o causo. Ele espalha-se pelas redes, não como denúncia ao “opressor”, e sim como história inspiradora. E isso tem uma razão de ser.

Vivemos em uma realidade cada vez mais moldada por grupos de pressão, que não podem ser questionados sob pena de o questionador acabar jogado ao ostracismo.

Algumas minorias barulhentas têm toda razão, outras não. Estas, são até perigosas, pela forma como atuam, para o tecido social. Escandalizam-se com a vida alheia, exigem a adaptação do espaço coletivo a suas demandas pessoais em detrimento dos outros. Tentam proibir conteúdos escolares comprovadamente úteis, reescrever leis e, em alguns casos, até o vocabulário do dia-a-dia.

As pessoas compartilham o boato canadense achando ser verdade. Ele lhes dá esperança. Se o tal prefeito existisse, representaria a maioria das pessoas normais.

Aquele prefeito seria uma vela acesa em meio às trevas que ameaçam, não os defeitos, mas justamente os aspectos POSITIVOS da sociedade que construímos no Ocidente ao longo dos últimos três séculos.