Erner Machado
28/08/2012 | 28.08 - Dia do Bancário
Como bancário não poderia deixar de registrar que hoje 28 de agosto é o nosso dia. Comecei a ser bancário, no 15 de outubro de 1964, quando fui admitido como Continuo Externo Contratado, no Banco da Província do Rio Grande do Sul - o Velho Jequitibá - em Rosário do Sul.
Ser bancário era exercer uma profissão das mais respeitadas dentre as grandes profissões do Brasil. Ser bancário era fazer parte de uma escola profissional, cujo currículo começava de baixo e ia galgando degraus, por merecimento, por seriedade, por profissionalismo e por competência.
Continuo Interno, Auxiliar de Escrita, Escriturário, Chefe de Serviço, Caixa, Tesoureiro, Contador, Gerente, Diretor e Presidente do Banco. Todo o continuo externo contratado sentia que tinha potencial para ser gerente e diretor e, talvez, presidente do Banco se a sua qualificação fosse de excelência.
Em 1970, ano em que deixei o Banco, entre outras coisas, eu já fazia a contabilidade da agencia que compreendia a escrituração dos Livros Caixa e Razão cujos saldos deveriam “ bater “ com o Livro Diário Contábil. Passei em um concurso Publico e vim trabalhar no Banco da Amazônia S.A., antigo Banco da Borracha, onde fiquei até 1994, quando me aposentei para ,novamente, via concurso publico, passar a ser funcionário da Companhia Rio-grandense de Telecomunicações, onde aprendi muita coisa.
Mas minha grande escola profissional foi, na verdade, o Banco da Província e o Banco da Amazônia, instituições nas quais me foi ensinado que o ser humano é o sujeito de nosso trabalho e de nossa profissão.
Me ensinaram que atender bem as pessoas com educação, profissionalismo, respeito e urbanidade fazia parte do negocio do banco e estas premissas garantiriam o sucesso individual do bancário e coletivo do banco, como depositários das fortunas, das confianças, da fidelidades, do respeito, do carinho e da amizade de seus clientes.
Por isto, meus colegas, do passado e do presente lhes estendo um grande abraço de parabéns pelo dia de hoje. Lamentando que o usuário do banco, de hoje, esteja separado por uma porta eletrônica que o joga na vala rala da impessoalidade, da indiferença e da falta de atenção. Lamentando que o bancário de hoje seja escravo de um sistema que não lhe dá condições de desenvolvimento profissional, mas o torna um prisioneiro de um programa de computador e de uma filosofia empresarial baseada, unicamente, no lucro e na exploração das pessoas.
Lamento que tenhamos tantas máquinas de atendimento e tão poucos bancários de oficio no exercício de profissão tão digna. De qualquer forma não poderia deixar passar sem registro o dia de um profissional que teve tantas glorias e que hoje vive pressionado para o cumprimento de metas que atendem ao interesse financeiro e econômico de uma classe patronal que o aprisiona, angustia e explora.
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