Erner Machado
01/06/2018 | Autocrítica
Em conversa, amistosa, com amigos, foi proposta a questão que permitia, a cada um dos participantes, dar a sua opinião sobre a crise brasileira.
Respeitosamente me permiti dizer que somos um país que, hoje, se manifesta por atuações e por posturas vulgarizadas.
Para justificar a minha afirmação mencionei:
A péssima qualidade de nossa educação básica, media e universitária, na qual alunos de ultimas séries do ensino básico não apresentam condições de alfabetização, os do ensino médio não conhecem analise sintática ou uma equação algébrica e os universitários, após formados, não são aprovados nos exames que suas instituições de classe estabelecem, para o exercício da atividade diplomada;
A nossa forma de manifestação oral ou escrita passou a ser caracterizada por uma linguagem onde o palavrão, os termos baixos e rastaqueras, se tornaram normais e a erudição passou a ser considerada ridícula e elitista;
A ausência de literatos, de cientistas de pensadores, de filósofos, de educadores, de juristas, de economistas e de outros expoentes de renome e de expressão é uma realidade nacional;
A Família que, no dizer de Rui Barbosa é a Célula primeira da Sociedade ,hoje, encontra-se totalmente destruída por lares desfeitos onde pais ou mães, solitariamente, criam filhos sem noção de respeito, de dignidade e de amor, ou por unidades familiares compostas por dois pais ou duas mães que conduzem as crianças para uma sociedade onde a permissividade das relações torna-se regra e é aceita como normal;
A permissividade de costumes e ausência de valores que derivou para encaminhar as crianças, a juventude e o adultos para vícios nefastos como o fumo, o álcool e as drogas;
A artes e os esportes, em todas as suas manifestações, produziram atores, cantores, músicos, e atletas de terceira categoria e que, quando se apresentam, são aplaudidos de pé por um público alienado em seus valores e em sua consciência;
As políticas de Segurança Pública que permitem que os delinqüentes transitem livremente, exercendo o seu oficio e que portem armamento que nem o exército nacional possui. Esta licenciosidade permite que se produza no pais, mais de sessenta mil mortes por ano;
O nosso poder judiciário que nos tribunais superiores estaduais e federais tem seus membros indicados por preferencias políticas do chefe de plantão, em detrimento do mérito ou da competência o que os transforma não em guardiões da constituição e da lei, mas em defensores das pessoas ou dos partidos que os conduziram ao poder;
A classe política nacional, que detém em seus quadros- legislativo ou executivo - homens de má formação moral que em sua maioria são suspeitos, indiciados ou réus em processos criminosos e que se encontram livres graças a artifícios constitucionais ou arranjos políticos ou jurídicos;
Esta mesma classe política que, nos últimos cinquenta anos, foi liquidando e vulgarizando seus quadros reduzindo-o em qualidade chegando, hoje, a caracterizar-se pela completa ausência dos políticos estadistas que a abrilhantavam e a dignificavam;
É, esta mesma classe política que apresenta ao povo um coronel do Nordeste economista, mas descontrolado, um metalúrgico decrépito e condenado em segunda instancia e cumprindo pena, um deputado federal, ex militar, com graves desvios de conduta emocional, como possíveis candidatos a salvadores da Pátria e capazes de conduzir a Nação e ao Povo a caminhos diferentes dos que são trilhados há tantos anos...
Findas as minhas considerações, recolhi-me ao silêncio.... mas do fundo da sala um amigo levantou-se e perguntou-me:
E o povo?
-O povo, o meu povo, o seu povo, nós todos, somos os Autores, Produtores e Diretores do Grande Drama Nacional e, por ele, os únicos responsáveis.
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