Erner Machado
14/02/2018 | Acabou o Carnaval!
De repente olho o calendário do computador e me dou conta que hoje é sexta feira 16 de fevereiro de 2018 e que me encontro já, a três dias do fim do Carnaval.
É impossível deixar de pensar que do sábado até a terça feira o país esteve mergulhado no maior evento do planeta destinado ao lazer coletivo e individual dos brasileiros.
Já passei por muitos carnavais desde aqueles em que, guri ainda, trabalhava vendendo confete e serpentina, no clube Comercial de Rosário do Sul, até aos que nas década de noventa me diverti como veranista, no Capão Novo Praia Clube. Nos últimos anos tenho sido um expectador incidental.
Mas acho que de todos os Carnavais que vi e dos quais fui expectador nenhum teve capacidade de produzir tamanha Catarse Nacional como o deste ano.
Através das festas de rua, de avenida, de clubes e particulares nós os brasileiro, esquecemos que temos um Governo da Republica que é composto por um presidente que está sendo investigado por crimes de responsabilidade civil e que muitos de seus ministros estão sendo, igualmente, objetos de ação da Policia Federal ou do Ministério Público.
Esquecemos que este Governo elevou o preço do Gás, da Luz e todo o mês eleva o preço da Gasolina, diz que inflação foi a menor das últimas décadas.
Esquecemos que está sendo gestada uma reforma da Previdência destinada aos trabalhadores que é altamente restritiva em termos de direitos adquiridos e esquecemos que a classe política e o judiciário continuarão com a benesses, eternas.
Esquecemos que a Reforma Trabalhista sepultou conquistas da classe trabalhadora que, jamais, serão recuperadas.
Esquecemos que enquanto figuras grotescas implantadas no meio artístico ganham cinco milhões de reais para desenvolvimento de projetos culturais caricatos, hospitais infantis e escolas de primeiro grau são fechados por falta de recursos.
Esquecemos da Guerra civil do Rio de Janeiro, esquecemos dos milhares de refugiados que fugindo, de um Ditador demente, abandonam a Venezuela e se refugiam em Roraima aumentando os problemas sociais, de segurança e de saúde de Boa Vista.
Esquecemos que Presidente desta República agonizante diz que pretende distribuir os refugiados por outras unidades da federação, socializando a miséria e miscigenando as desgraças sul-americanas.
Esquecemos que desde os Governos do Fernando Henrique Cardoso, passando por Lula, Dilma e, agora, por seu Sócio Temer, estamos praticando a política de desmonte e de descrédito das Instituições nacionais diante da corrupção, do roubo, da mentira e da vulgarização da classe política que optou pela pratica de uma atuação de segunda ou terceira categoria.
Esquecemos dos grandes lucros que estes governos proporcionaram ao Capital Nacional e Internacional representado pelos Bancos e pelas grandes empresas em detrimento do povo e da nação.
Esquecemos que nossos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário estão em decadência, como Entes de Estado e que precisam ser, imediatamente, oxigenados para que deixem de servir a interesses de indivíduos ou de uma classe e que voltem ao serviço do Povo que os instituiu lhes delegando autoridade e poder para em seu nome exercerem suas missões em favor da nação.
E, agora, com o fim do Carnaval retornamos a nossa vida normal e continuaremos a conviver com os nefastos resultados que esta classe política maldita e dominante nos impôs por décadas de atuação maldosa e sem limites.
Os iludidos poderão achar que passado o Carnaval nós viraremos o jogo e tomaremos, como povo, o pulso da nação.
Os mais calejados e por isto, um pouco mais, lúcidos terão a certeza de que continuaremos sem consciência política lotando os estádios de futebol, brigando por causa do Inter, do Grêmio, do Flamengo do São Paulo e do Corinthians , assistindo o BB da Globo, o Silvio Santos e o Faustão , grudados no Face Book ou no Watts App, enquanto a classe política dilapida nossos patrimônios morais, saqueia a Nação e nos rouba os sonhos como faz, secularmente sem que receba de nós a reação que, como ladra, merece.
Neste Carnaval as principais Escolas de Samba do Rio de Janeiro, embora tenham levado como tema o caos de nosso pais, não foram capazes de sensibilizar as Instituições.
E nós, como como caricatos carnavalescos que somos, já estamos fazendo planos para o carnaval de 2019 em que, como palhaços, desfilaremos nossas misérias, nossas dores, nossos desencantos, nossas angustias, nas avenidas da vida, solitários ou de mãos dadas, cantando: Bandeira Branca amor, não posso mais, pela miséria que me invade eu peço paz....
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