Erner Machado
20/03/2018 | Aonde chegamos !!!
Hoje uma amiga e ex-colega de trabalho, a quem vou chamar de “Maria” colocou no Watts a notícia de que um dos melhores amigos de seu marido a quem vou chamar de “João”, foi assassinado, em Porto Alegre, de maneira violenta, sem um motivo aparente.
Formulei, para ela e para os demais participantes do grupo a seguinte resposta que compartilho com meus sete ou oito leitores:
Maria, bom Dia, embora seja difícil iniciar o dia, mesmo que seja domingo, de forma alegre depois de uma notícia como a tua, de um fato acontecido aqui, que se soma, por semelhança, a inúmeros acontecidos, com certeza, em todo o país.
Me atrevo, com uma certa dose de severa tristeza, a dizer que a morte do amigo do João se soma as milhares de mortes acontecidas no país, e faz parte do conjunto de atos da Grande Peça, a qual podemos dar o título de: A BANALIZAÇÃO, que é encenada no Teatro da Vida Nacional.
Há muito tempo começamos um processo de vulgarização na produção de nossa História que será vista pelas gerações que nos sucederão.
Explico :tornamos banal e vulgar, o exercício da Política em todos os níveis. E em todos os poderes e chegamos, hoje, ao momento de lançar um olhar para a classe política e não encontrar dignidade, postura, educação e procedimentos que os possam qualificar para estarem nos cargos que ocupam e, muito menos, para virem a ocupar cargos de Legisladores ou Dirigentes da Nação.
Deixaram de perseguir a figura do Estadista e praticam, hoje, uma política de terceira categoria, e para defini-la nada melhor que a fala do meu povo da fronteira.: É um a Politica CHINELONA...
E nosso JUDICIÁRIO, a que nível chegou? Abandonou a Constituição e os códigos, dos quais é o guardião, para se transformar em um judiciário que defende interesses particulares, cartorários e indefensáveis...
Vulgarizamos as posturas, a educação, a saúde, a cultura, as artes, a linguagem, tornamos normal "o nóis" a "cumpanherada" a "genti". Perdemos a linguajar correto e gramatical e quando perdemos a língua, perdemos nossa identidade, perdemos tudo.
Vulgarizamos tudo, e acabamos destruindo a família com célula produtora de homens e mulheres que pensavam a pátria e suas instituições, como capazes de promover o bem social.
Neste processo degradante, a vida perdeu o Valor. Na minha fronteira, no tempo antigo, se cometia assassinatos por duas razões: Por legitima defesa física e da Honra.
Para um homem antigo a resposta para a ofensa de um tapa na cara, era um tiro, para a ofensa de ser chamado de Corno ou de FDP, eram dois tiros...
Agora se mata por uma carteira de cigarro, por um tênis, por um celular, por um relógio vistoso que pode até ser falso... se mata por resistência a um assalto, se mata por um olhar, se mata por um sorriso... E por ai vamos, na nossa caminhada de violência, de ódio, de impunidade.
Saímos de uma Legislação penal extremamente forte e cruel da Ditadura Militar e enveredamos para obedecermos a uma Constituição outorgada em 1988, altamente liberal onde as flexibilidades e ausência de certeza de punição para os delinquentes, nos levou a banalizarmos e a vulgarizamos do Crime.
Saímos do Terror penal, com certeza de punição, para a libertinagem Legal, com certeza de impunidade.
Assim minha amiga, o João, certamente estará hoje, chorando pelo seu amigo... mas é um choro que será repartido com os familiares do morto, de certa forma solitário pois não terá ninguém para produzir uma comoção na cidade, no estado e no pais.
Afinal, o amigo do João, não era um político, não era militante da causa dos direitos humanos e não era da FALSA ESQUERDA que toma uísque estrangeiro, come caviar e se diz defensora dos trabalhadores e do povo, mas que, na verdade, os trai por práticas administrativas espúrias e por alianças com a classe dominante de quem se diz inimiga.
Estamos matando velhos, adultos e crianças.
Estamos matando, por leviandades, por futilidades e pela certeza de impunidade, o nosso passado, o nosso presente e o nosso futuro...
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