Erner Machado
16/11/2015 | BATACLAN, MARIANA e ao longe KISS
Todo o mundo presenciou, na Sexta Feira, treze deste novembro, os atentados feitos em França, a cinco ou seis locais de Paris, sendo o de maior número de vítimas o acontecido na Boate Bataclan.
A violência atingiu de tal forma o sentimento de patriotismo dos franceses que o seu presidente entendeu que os atos praticados se constituíram em ações de guerra contra a nação e declarou guerra aos autores dos mesmos. E, com certeza, a França que continua a mesma de antigamente, quando trata-se de defender seus cidadãos vai levar às últimas consequências que forem necessárias para estabelecer estratégias, sejam quais forem, capazes de reparar a ofensa sofrida.
E o mundo todo consternado, se derrama em solidariedade às vítimas dos atentados e os jornais, rádios e televisões destinam grandes e diários espaços para noticiarem a dor que atingiu a Cidade Luz e toda a França.
A mídia brasileira só fala nisto e nas redes sociais as pessoas consternadas, para demonstrarem suas dores e solidariedade, colocam fotos de seus perfis com as cores da bandeira da França.
Antes dos atentados na França, no Brasil tivemos o rompimento de uma barragem que continha detritos químicos e que, de repente, rompeu suas comportas que não suportaram o peso da lama e destruíram a sede do município de Mariana, primeira capital de Minas Gerais.
Ruas, casas, carros, árvores, plantações, pessoas e animais foram destruídos na passagem densa e avassaladora da lama que tudo cobre e absorve. O desastre foi de tal monta que O rio Doce que é um rio da Região Sudeste do país, que banha os estados de Minas Gerais e Espírito Santo, com cerca de 853 km de extensão, e cujo curso representa a mais importante bacia hidrográfica na Região foi totalmente tomado pela lama química que destruiu toda a vida que nele existia.
Diante da magnitude desta tragédia nacional o poder público anestesiado por crises de todas as naturezas só permitiu que a Presidente da República, fosse visitar o local muitos dias depois do acontecido.
A imprensa brasileira, sempre pronta a publicar tragédias de grande magnitude não deu o destaque necessário a esta desgraça.
O mundo e os brasileiros não colocaram fotos de perfis, no FACE, no STAGRAN ou no TWITER, com as cores da Lama que destruiu Mariana e o Rio Doce. O Brasil, a América Latina e o mundo não se conscientizaram dos danos causados a milhares de pessoas, à fauna, à flora e ao meio ambiente de Minas Gerais, do país e do planeta.
Com certeza os mortos de Paris serão vingados. Os autores dos atentados serão localizados e serão condenados ou mortos...
Mas os autores e responsáveis pela tragédia em Mariana pagarão um multa, se pagarem, e ficarão impunes e as pessoas mortas, se seus corpos forem encontrados, serão enterrados em cova rasa, sem homenagens e o tempo de encarregará de encaminhá-los para o esquecimento confirmando a cultura de impunidade que vige em nosso país.
Aos brasileiros que possuem memória é possível ouvir longe, as lágrimas dos familiares, dos colegas e dos amigos dos quase duzentos e cinquenta jovens mortos na tragédia Boate Kiss, em Santa Maria. A Kiss e seus mortos foram esquecidos pelos Jornais, pelas Rádios, pelas Televisões e pelas Redes Sociais. A responsabilidade penal que causou tantas mortes atingiu, até agora, somente dois integrantes do Corpo de Bombeiros.
É inegável que se conclua: Como país, como povo, nossa consciência é muito diferente da França...
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