Domício Brasiliense
19/04/2013 | Capturados pela Ansiedade
Estamos vivendo uma época de lutas por direitos sociais e humanos. Esta trajetória é indispensável para que tenhamos uma sociedade mais justa e igualitária, no entanto cada um de nós precisa, naquilo que lhe compete, fazer a sua parte em relação a sua micro realidade.
Nossa percepção tem sido a de uma vida com muitos equívocos e a sensação é de desânimo e tristeza. Enquanto que, racionalmente entendemos nossos problemas, emocionalmente nos perdemos naquilo que eles provocam em nós, e intuitivamente algo nos diz que não estamos no caminho certo. A partir daí, tentamos estancar nossas emoções e intuições, abrindo portas ao desânimo, a angústia e a depressão.
Então, um tanto atordoados e perdidos com tudo isso, fazemos o melhor que podemos, arcando com um efeito colateral: a ansiedade. Ela representa a nossa busca por resultados que sejam visíveis a nós mesmos e as pessoas a nossa volta, para que sejamos reconhecidos como pessoas de algum tipo de sucesso.
Esse efeito colateral é composto de frustrações e angústias que denotam a forma como nos percebemos e sentimos. Assim, criamos uma autoimagem equivocada, que se sustenta de ilusões e trai sua real vontade em como viver cada dia da vida. Portanto, a ansiedade nos coordena, atraindo pessoas e momentos efêmeros que nos cegam para as atitudes que deveríamos ter em direção a felicidade.
Precisamos parar de nos cobrar tanto resultado, sem que avaliemos se esta é a nossa vontade. Será que há alguém mais rígido e punitivo conosco do que nós mesmos?
A vida não pode ser encarada como uma folha de papel em que devamos elaborar certo tipo de redação para que sejamos aprovados. Se assim fosse, passaríamos as regras de geração em geração e teríamos a garantia da alegria. Ao que parece, precisamos estruturar nossa redação a partir da noção que temos de nós mesmos, pontuando-a de forma mais particular. Enquanto as vírgulas são pausas para compreensão e possibilidades, o ponto representa um final absoluto, o desfecho de uma ideia. Sendo assim, parece que andamos ansiosos em chegar aos pontos, sem pensarmos na necessidade das vírgulas.
A noção do Eu não é exata, por isto é uma ideia. O Eu se forma através de muitas vírgulas, alguns pontos e finaliza com um et cetera, que, possivelmente, nos conduzirá a outras pontuações ainda não utilizadas. Somos seres de possibilidades, com muito mais desenvolvimento do que uma conclusão. Por isto, precisamos nos permitir viver de outra forma e que nos torne pessoas mais realizadas e felizes.
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