Domício Brasiliense
17/05/2013 | Sem Prazer: Esse Alguém em que Nos Tornamos
Parece que sempre estamos em busca de coisas que possam estar no futuro. Vamos para o colégio para sermos “alguém” no amanhã e depois encaramos a faculdade ou o mercado de trabalho na tentativa de alcançar “esse alguém”. E, depois, muito mais trabalho para conquistar algumas coisas na vida e manter “um tipo de alguém”.
Ao futuro são atribuídas as expectativas que a sociedade e a família transmitem como valores a serem seguidos para que nos realizemos. Contudo, nos tornamos hábeis nessas buscas por “esse alguém”, comprometendo um ser de possibilidades quanto à sua forma de ser feliz. Sem dúvida alguma, precisamos de pré-requisitos básicos para uma boa sociabilidade, mas isto não pode estar condicionado a uma única forma de ser e viver para todos, pois esta não respeita aspectos individuais. Nessa tentativa de alcançarmos “esse alguém”, comprometemos nossas formas de ser e sentir, abrindo mão das nossas zonas de prazer.
Na busca por “esse alguém”, nos tornamos hábeis em nos exigir o máximo, acumulando cansaço físico e mental e, da mesma forma fomos abrindo mão dos nossos sonhos, comprometendo nosso corpo emocional. Nesta confusão, na busca por “esse alguém”, perdemos o nosso próprio Eu – um ser que precisa de prazeres para perceber e sentir que sua vida possui algum sentido. Então, sem prazeres e sentido de vida seguimos, dia a dia, acreditando ser esta a forma de viver. Não é o que a maioria faz?
Entramos de roldão nesse todo que nos torna estressados e infelizes pela falta de prazer na vida. Cegando-nos para o nosso verdadeiro Eu, a sociedade nos proporciona distrações fúteis, o estímulo ao consumo exagerado de bens materiais, a crença em estereótipos equivocados de estética física, uma gama de drogas lícitas e ilícitas, etc. Destarte, somos anestesiados para não percebermos o quanto estamos infelizes com “esse falso alguém”. Subjacente, está o medo que nos habita: de sermos diferentes.
Precisamos resgatar nosso prazer de viver, tentando descobrir do que gostamos e do que não gostamos, entendendo o que nos motiva hoje e nos impulsiona para o dia de amanhã. Mais ainda: precisamos elaborar as experiências de vida que nos aprisionaram num trauma, nossos sentimentos de culpa e nas carências afetivas. Isto é que somos: um “alguém”, com coisas boas e ruins, mas que pode vir a ser um Grande Eu.
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