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Domício Brasiliense

            “Como resolver o que me aflige?” “Como alcançar o que almejo?” “O que faço para ser escutado, compreendido e acolhido?” Poderia dizer que, em suma, estes são os questionamentos mais frequentes em meu consultório e nas palestras e aulas que ministro.

            Então, afinal, o que fazer? E, para piorar um pouco mais esses estados emocionais, o que realmente desejamos é a varinha mágica; aquela dos desenhos animados que, num simples movimento, nos transportaria para outra realidade ou, quem sabe, uma fantasia que nos preservasse das dores de viver a vida. Desejar suprir a dor é uma postura saudável, mas demandar esforço para extirpá-la ou ignorá-la pode nos tornar pessoas demasiadamente doentes. Desta forma, o que fica a nossa frente é o inexorável: precisamos ter alguma atitude! Mas, para tê-la é preciso que vençamos os nossos medos.

            Um bom caminho, entre os tantos possíveis, poderia ser o de conjecturar. Dar uma parada, respirar com calma e permitir-se um momento de hipóteses já é um bom início. Então, experimente situar-se na sua vida. Veja-se nela e olhe a sua volta, procurando detectar o que lhe provoca satisfação e desconforto. Valorize o que é bom, mas detenha-se naquilo que lhe provoca tristeza. Este é o momento de pensar em possibilidades, explorando da sua imaginação para criar diferentes alternativas de superação do problema que sejam, mesmo que um tanto desafiadoras, reconfortantes e até prazerosas. Não se preocupe em racionalizar, pensando no que é ou não possível, ao menos neste momento, pois o que se deseja é simplesmente viabilizar para que você saia da angústia que aprisiona.

            Posteriormente, permita-se a possibilidade da luta, ponderando sobre a batalha que precisa ser travada com você mesmo, considerando o seu medo de mudanças, de perdas e até da pessoa mais saudável que você possa vir a ser. Contudo, considere os louros da sua conquista com a possibilidade de mudança daquele estado triste para um com mais sossego e paz.

            Pronto: você já é uma possibilidade! Muito mais além daquela pessoa triste.