Domício Brasiliense
13/02/2014 | Postura para uma Vida Melhor
O que deveria ser escrito? O que o leitor espera ler quando toma contato com as palavras? Ou melhor: qual a nossa expectativa numa leitura? Provavelmente, encontrar um caminho ou um sentido para tudo aquilo que não entendemos ou não conseguimos alcançar.
Expectativa parece ser um estado constante. Por mais que não queiramos admitir, em tudo o que fazemos temos a esperança de encontrar a alegria e a felicidade. Entretanto, parece que nos desviamos das realizações, acostumando-nos com bem pouco, ou pior, com situações e pessoas que nada tem a ver com o que acreditamos ser felicidade. Então, temos a sensação de que nos embrenhamos numa tremenda confusão, sem saber como sair dela. Como sair disto, quando tudo o que queremos é ter amor?
Contudo, antes disto está uma verdade: grande parte do nosso eu deixou de acreditar. Estamos nos convencendo de que viver a vida seja suportá-la ao máximo possível, contentando-nos com coisas pequenas, prazeres efêmeros, pessoas que não nos complementam, etc. Para piorar, não mudamos nossas atitudes por defendermos com unhas e dentes valores que não condizem com os nossos anseios. Nessa enrascada, perdemo-nos pela insistência e teimosia na permanência, desgastando-nos pelo ato de possuir coisas e pessoas.
A verdade é que nada é nosso e o verdadeiro eu só se encontra no outro. Pensamos de forma individualista, mas desejamos o amor, que é coletivo. Não existe, em nenhuma espiritualidade que se preze, o amor sem o outro. Nosso eu só se completa sentindo-se parte do todo, que é muito mais que um emprego, família ou grupos de lazer. É tudo isto, mas muito mais: é o espírito consciente de que somos irmãos e que precisamos nos desapegar de pré-conceitos, preconceitos e falsos valores que nos tornam tristes e solitários. É ter a postura interior de que a vida é impermanente, mas que, mesmo assim nos presenteia a todo instante com pequenas coisas que nosso olhar e coração não captam por estarem distraídos com o ter.
Nosso olhar está no amanhã, mas ficamos cegos para o hoje, o agora, quando acontecem coisas preciosas que deixamos de usufruir. Contudo, não é somente uma mudança de conceitos que trará a paz e felicidade, mas também novas atitudes. Uma boa ação é pararmos de esperar que a felicidade surja de repente, que alguém apareça em nossas vidas ou que sejamos aceitos e amados. Precisamos começar a fazer o nosso melhor: elogiar alguém, reconhecer quem está a nossa volta naquilo que traz de bom consigo, perdoar, renegando mágoas e rancores. Esta é a nova ação que precisa ser exercida: sair desse eu num estado ensimesmado para ir ao encontro do eu que está a nossa volta; juntos, encontraremos uma forma diferente e mais feliz de vivermos.
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