Domício Brasiliense
03/05/2013 | A Violência como Denúncia da Solidão
Se há algo em comum a todos nós e que, de uma ou outra forma, todos buscamos é a felicidade. Estamos sempre tentando descobrir a “receita” que nos conduza para realizações que nos gratifiquem e justifiquem a nossa existência. Por isto, seja de forma consciente ou inconsciente sempre procuramos o motivo da nossa existência.
Desde que o homem ocupa este planeta está conquistando e delimitando espaços territoriais, apropriando-se e nominando-os como seus. Parece que o apropriar-se explica a sua capacidade de sucesso na vida. Em virtude disto, entendemos que nossa felicidade está diretamente relacionada ao quanto temos. Então, de forma equivocada acreditamos na busca desenfreada por uma vida de resultados que sejam visíveis a todos que nos rodeiam, apostando nesta caminhada como a fórmula para justificar a nossa vida e alcançarmos a felicidade.
A violência tem denunciado o nosso equívoco: não estamos conseguindo alcançar a felicidade que almejamos. Ao contrário, nos sentimos frustrados, tristes, angustiados, ansiosos e deprimidos. De pais para filhos temos passado uma receita incompleta, onde não consta o ingrediente EU – a pessoa que busca o conhecimento de si, dos seus talentos e o reconhecimento pelo ser que é. Estimulamos o sucesso social em detrimento à realização do Eu.
Nessa trajetória nos perdemos. Enquanto países lutam por questões territoriais e de fé, a família busca o resgate da autoridade dos pais e a qualificação do amor com seus filhos. O vazio tem tomado conta das nossas vidas. Percebemos que algo não está bem, mas parece que insistimos na ilusão da aparência estética e dos bens materiais como sinalizadores de pessoas felizes. Contudo, nosso dia a dia tem mostrado que o que conta é o que fica gravado na nossa memória mental e sentimental.
Estamos carentes do porto seguro que se confirma numa família de amor e numa sociedade justa que reconheça o sujeito naquilo que ele traz dentro de si e em tudo aquilo que ele possa vir a desenvolver para uma satisfatória atuação como membro da sua futura família e sociedade.
Todos têm carências afetivas, mas precisamos compreendê-las para que não nos aprisionemos na vitimização a que a solidão nos remete. Da mesma forma, as nações precisam priorizar o bem do indivíduo e da família remetendo-os a qualidade da sua sociabilidade. Nosso sentido de vida está diretamente relacionado à satisfação dos momentos que vivemos, nem que sejam poucos, mas significativos.
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