Domício Brasiliense
03/10/2013 | Nossa Realidade: A Paranoia Social
Olhando para as nossas vidas, nos percebemos correndo atrás de situações e pessoas que nos abasteçam naquilo que entendemos como sendo uma necessidade. Por isto, se nos comportamos de acordo com o senso comum na busca por realização pessoal e profissional, temos a sensação de estarmos no caminho certo, alcançando a tão falada e desejada felicidade que tanto almejamos. Mas, será que esta postura tem nos trazido realizações?
Falamos tanto em sermos felizes, mas parece que estamos cada vez mais confusos no que diz respeito ao nosso entendimento do que seja viver a vida e alcançar realizações. Esta constatação denota a nossa equivocada interpretação da realidade.
Ao que parece, relutamos em encarar algumas verdades, nos afastando cada vez mais da necessária consciência quanto ao meio em que vivemos. Por isto, nos perdemos em meio a questões que, a princípio, parecem ser dilemáticas, sejam elas ligadas ao meio em que vivemos, seja na forma como nos entendemos como seres sociais e de amor. Então, quando pensamos em questões que dizem respeito à ideia que temos de uma sociedade democrática, como também nas diferentes formas com que manifestamos nossos desejos e nossa sexualidade, nos perdemos em meio ao que realmente sentimos e a ideologia social vigente.
Justamente nesse dilema é que nos tornamos paranóicos, pois adotamos conceitos e posicionamentos de vida em detrimento ao que realmente pensamos e sentimos. Então, o nosso pensamento é mais ou menos assim: na dúvida não ultrapasse. Desta forma, vamos vivendo a vida, sendo impregnados e dirigidos por tudo o que o sistema social nos direciona através das mensagens ideológicas que ditam o que é belo, permitido, aceito ou passível de ser execrado. Como consequência disso, todas as mulheres devem ter cabelos mechados, seios relativamente volumosos e nádegas que se destaquem. Os homens devem demonstrar sua virilidade ficando com muitas mulheres, ter uma boa situação financeira e possuir uma barriga tanquinho. Os filhos devem ter celulares, videogames, estudar fora do nosso país, conquistar lugar de destaque em alguma coisa, etc.
Nosso conceito de felicidade está paranóico. Temos dificuldade de lidar com as questões da vida, sempre buscando um posicionamento dogmático, com isto abrindo mão da nossa pulsão de vida, isto é, de tudo aquilo que nos atrai e que poderia nos conduzir a sensação de bem estar e realização. Renunciamos a nossa autenticidade em prol do que a maioria das pessoas entende como belo, natural e permissível.
Para sairmos dessa paranoia, precisamos admitir novas possibilidades de viver a vida, tendo a atitude de experimentá-las e, a partir daí, selecionar o que faz com que nos sintamos fisicamente, emocional e afetivamente satisfeitos e saudáveis. Desta forma, estaremos sendo afetivamente bons para nós mesmos, portanto nos relacionando com mais qualidade com as pessoas que fazem e farão parte das nossas vidas.
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