Domício Brasiliense
27/05/2015 | Desadequação: Um Bem ou Um Mal?
Não é nada incomum sermos surpreendidos pelos eventos da vida. Contudo, contrariando ao que possa ser inusitado, parece que tudo o que fazemos é para termos estabilidade no que diz respeito aos nossos empregos, afetos e amores.
Se pudéssemos, num ímpeto emocional, colocaríamos em um local protegido tudo o que consideramos importante: algumas coisas, alguns amigos, alguns familiares e alguns amores para que não os perdêssemos. Os egípcios fizeram isto, colocando em suas tumbas tudo o que poderiam necessitar na outra vida, até mesmo seus corpos. Contudo, a permanência pode ser o nosso desejo, mas a impermanência é a verdade da vida.
Nada é nosso, mas, de certa forma, há uma necessidade de nos apropriarmos de tudo o que consideramos importante. Meu e para mim parecem ser expressões do nosso dia a dia, enviando uma sensação de realização para o nosso inconsciente, como se uma grande carência fosse saciada. É através dessa falsa satisfação que uma sociedade de consumo sobrevive, estimulando as pessoas a consumirem para que obtenham prazer imediato; valores equivocados que acabam por conduzir a um acúmulo de frustrações e a uma grande distância do verdadeiro Eu de cada um. Comprar o que não precisamos e ficar com quem realmente não desejamos vem sendo a nossa grande armadilha que, além de nos conduzir ao aprisionamento, cria uma considerável distância da nossa missão de vida.
Lutando por uma vida adequada, que acreditamos ser o caminho para a realização e felicidade, nos percebemos como pessoas de sucesso quando obtemos títulos, possuímos bons rendimentos, belas vestimentas, bens imóveis e uma pessoa ao nosso lado que represente o que entendemos por amor. Errado? Não, pois não é uma questão de julgamento, mas sim de sintonia consigo mesmo. A pergunta que precisamos nos fazer é: estou bem assim como estou? Mas, entre o errado e esta pergunta existem outras questões que somente a coragem de se ouvir poderá responder.
Entretanto, não há motivos para alarde. A vida, na sua própria forma de ser e acontecer, providenciará os meios e ferramentas necessários para que muito do que possa estar adequado adentre regiões ainda desconhecidas no Eu de cada um. O que nos cabe? Escuta, compreensão e muita, mas muita coragem.
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