Domício Brasiliense
14/11/2013 | A Nossa Latente Libido Emocional
Quando nos olhamos no espelho e ouvimos comentários sobre nossa aparência física, acreditamos estar vendo e ouvindo o que somos. Mas, a verdade é que tudo isso é reflexo, então quem realmente somos?
A imagem que temos de nós mesmos não condiz com o Eu Real, uma vez que entre o Eu e o Real existem interferências, tais como o tempo, o espaço e a nossa expectativa em relação à imagem. Sob certo aspecto, as pessoas a nossa volta apreendem mais a nossa imagem do que nós mesmos, por isto temos a tendência a dar importância para a opinião alheia e seguimos tantas receitas e padrões de beleza estética. Então, a verdade é que muito do que imaginamos sobre nós vem de fora: do espelho, dos comentários, das observações, das avaliações, das demonstrações de afeto e desafeto, etc. Nesse contexto construímos o nosso Eu e, a partir dessa pretensa realidade, nos relacionamos emocionalmente em busca de prazer.
A busca por prazer é o que nos move e dá sentido a nossa existência. Seja no trabalho, na família, com os amigos, na assinatura de um contrato, num evento ou mesmo na rotina da semana, estamos em busca de aprovação e prazer. Precisamos da aprovação para que o prazer possa acontecer. Isso tudo pesa tanto, que para alguns de nós, por mais que gostemos de sexo, o prazer de ser aceito e reconhecido são orgasmos emocionais mais prazerosos que o gozo do ato sexual. Neste aspecto, muitas vezes nos confundimos pela falta de compreensão do nosso funcionamento emocional que se faz presente desde que acordamos, até dormirmos e também nos sonhos. Contudo, é justamente através de gestos singelos e quase imperceptíveis que denunciamos a nossa necessidade de reconhecimento para que possamos ter uma imagem mais real e saudável do Eu, que luta por aceitação e prazer.
Isso tudo, forma o que chamo de Libido Emocional e que muitas vezes se corporifica no sexo, mas que nada mais é do que um meio para chegar a outro fim: a aceitação e reconhecimento. Por isto, muitos homens estão com problemas de ereção e muitas mulheres têm dificuldade de ter orgasmo; porque o que está em jogo são realidades emocionais evidenciadas na necessidade de aprovação do Eu. Desta forma, estamos usando o sexo para termos prazer emocional na “transa do reflexo do Eu”. Então, quando desnudos com alguém, acreditamos estar partilhando o nosso eu, como se isto garantisse o prazer que buscamos. Mas, sem a consciência de que estamos fazendo uso do corpo para termos a intimidade com o nosso próprio Eu, carregado da necessidade de ver-se refletido no outro.
De outra forma, como nosso Eu não pode estar “transando” sempre que se sente carente de reconhecimento, nós fazemos uso de outras abordagens, como a investida num agradável visual, num perfume, na cor e corte de cabelos, na forma de falar e por aí vai. Estamos, a todo instante, na expectativa do prazer e faz-se necessário a compreensão do que ele representa e como funciona para cada um de nós. Somente desta forma é que conseguiremos evitar a frustração que compromete a nossa autoestima, portanto a nossa autoimagem, o que, por consequência, nos levará a necessidade de termos outro espelho.
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