Roberto Henry Ebelt
26/10/2012 | Nova mania brasileira: misturar inglês com português e até com francês.
Observem o texto, sempre muito bem escrito do Fernando Albrecht, no JC de 24.10.2012, relatando um acontecimento relativo a um novo produto. No texto, ele é forçado a usar o nome do produto e o nome da empresa, que mistura palavras da língua portuguesa com palavras da língua inglesa e até da língua francesa:
Produzido à base de erva-mate, guaraná e açaí, o energético Organique Energy Drink, da empresa gaúcha Brasil Beverages, está concorrendo ao título de produto alimentício mais inovador do mundo no Salão Internacional de Alimentação, em Paris.
Será que a agência de publicidade da Brasil Beverages não sabe que o nome do nosso país em inglês se escreve com Z? As duas opções corretas são BEBIDAS BRASIL ou BRAZIL BEVERAGES.
A saudosa VARIG, antes de ter sido assassinada pelo seu sistema socialista de administração, cometeu uma frescura dessas e por meia dúzia de meses se intitulou Brasilian Airlines. Quando se deram conta da mancada monumental, mudaram o qualificativo de seu nome para a forma correta: BRAZILIAN AIRLINES.
Mas a Brasil Beverages não parou por aí, não: misturou Organique (francês) com Energy Drink (inglês).
Será que os responsáveis por essa área (marketing?) não dispõem de dois dicionários, um de inglês e outro de francês? Não dá para acreditar no que se lê. Para não deixar dúvidas, a palavra francesa organique, em inglês é organic, adjetivo frequentemente mal utilizado, pois significa especificamente que existem átomos de carbono na composição da substância. Até o DMLU de Porto Alegre entrou nessa história ao utilizar intensamente a expressão lixo orgânico. Alguém poderia me dizer o que eles consideram ser lixo inorgânico? Não vai ser fácil encontrar lixo inorgânico nas limpas ruas da "mui leal e valerosa", exceto em restos de caliça e em alguns componentes de produtos eletrônicos, como computadores, celulares, aparelhos de TV e assemelhados. Praticamente tudo que consumimos contém carbono, portanto é orgânico.
Para encerrar o nosso encontro de hoje, reproduzo, agora, uma piada que o Fernando Albrecht (de quem sou fã de carteirinha) publicou em seu site no mesmo dia acima mencionado, 24.10.2012. Vejam a importância de falar PELO MENOS DOIS IDIOMAS:
O rato alemão...
O depósito de uma empresa alemã no Rio de Janeiro era sistematicamente saqueado pelos ratos, então ela importou um gato alemão treinado pela Swat chucrute. Deram a ele até o nascer do sol para matar o líder dos ratos, ou viraria churrasquinho. Só que o ratão se escondeu na toca. Manhã chegando, o gato alemão fez AU-AU. Crente que o gato fora corrido pelo cachorro, o rato saiu da toca e foi devorado. Moral: quem trabalha em multinacional e não fala duas línguas está ferrado.
Detalhe: o artigo do Carlos Mello, desta semana, está imperdível: é sobre as dificuldades que aqueles que têm o idioma inglês como língua nativa, encontram ao tentar identificar o "sexo" das palavras portuguesas. Muito bom, mesmo. Essa diferença entre sexo e gênero é um grande problemas para quem fala inglês como idioma nativo.
Meus votos de um excelente fim de semana e não deixem para aprender inglês amanhã. Comecem hoje.
NEVER PUT OFF UNTIL TOMORROW WHAT MAY BE DONE TODAY (Não deixe para amanhã o que pode ser feito hoje).
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