Roberto Henry Ebelt
31/01/2014 | Me, myself and I.
Ao ouvir as notícias sobre a abominável (despicable) greve (strike) dos motoristas de ônibus (bus drivers) e cobradores* fiquei sabendo que os ônibus intermunicipais não podem abrir as suas portas para sofridos trabalhadores porto-alegrenses atingidos pela greve do mês.
*Cobradores de ônibus: essa expressão – cobrador de ônibus – visto que esse ofício, há décadas, não existe mais na maioria de países civilizados e, muito menos, em culturas germânicas, eu não vou poder traduzir exatamente – mas, para que um estrangeiro possa entender o que essas pessoas fazem, podemos dizer que os que exercem esse ofício, tão obsoleto quanto o das telefonistas da primeira metade do século 20, são bus driver assistants ou conductors; lembram-se dos bondes da saudosa CCPA - Cia Carris Porto Alegrense? Eles não tinham cobradores e sim, conductores.
Voltando à despicble strike of bus drivers and conductors from Porto Alegre:
De onde surgiu essa maldade adicional de impedir que ônibus intermunicipais aliviem o sofrimento dos trabalhadores de Porto Alegre? Não somos um país cristão? Os ensinamentos do Mestre, quando estamos em abominável estado de greve, são simplesmente descartados? A parábola do bom samaritano é lixo cristão? O sentimento de solidariedade só serve para o nosso próprio benefício? Será que chegamos definitivamente àquela situação em que rezamos VENHA A NÓS, TUDO! AO VOSSO REINO, NADA?
Não notam os bus drivers and conductors que eles estão torturando, massacrando e prejudicando os membros de sua própria classe?
Não notam eles, os grevistas, que aqueles a quem querem atingir, os empregadores, não se abalam com uma greve, especialmente uma greve ilegal como se transformou o atual movimento?
Lembrei também das 10, 20 ou 40 razões que, na visão de um americano que morou três anos no Brasil, fazem de nosso país um lugar muito desagradável de se viver. Naturalmente, eles podem dizer o que quiserem do Brasil e nós podemos também criticá-los do jeito que bem entendermos. O problema é que o povo brasileiro é tido, por nós mesmos, como um povo cordial e amistoso.
Será que já fomos, no passado, cordiais e amistosos e não somos mais?
Mafalda, ajuda-me com tua vivência em Porto Alegre um pouco maior do que a minha, que só começou em 1950:
Éramos cordiais nas décadas de quarenta, cinquenta, sessenta e setenta? Ou apenas nos esquecemos das coisas ruins daquela época?
E essa praga conhecida como GREVE? Com todo avanço que tivemos nesses últimos 127 anos decorridos desde o terrível Haymarket Affair na Chicago de 1886 ainda é necessário recorrer a tal expediente selvagem em que uma parte, aquela a quem é permitido o instituto da greve, age como um bandido à noite, tomando como reféns 100.000, 500.000, 1.000.000 de trabalhadores que não têm nada a ver com o que está em discussão?
Isso é justo? Autoridades encarregadas de proteger os direitos dos que trabalham, digam se isso lhes parece razoável.
Não existe nenhum líder sindical com criatividade suficiente para criar um mecanismo de pressão sobre seus empregadores sem ter que usar a população como refém? Definitivamente, Ralph Waldo Emerson estava certo quando disse que a humanidade se industrializou, mas não conseguiu se humanizar.
Vejam o que aconteceu em maio de 1886 em Chicago:
The Haymarket affair (also known as the Haymarket massacre or Haymarket riot) refers to the aftermath of a bombing that took place at a labor demonstration on Tuesday May 4, 1886, at Haymarket Square in Chicago. It began as a peaceful rally in support of workers striking for an eight-hour day. An unknown person threw a dynamite bomb at police as they acted to disperse the public meeting. The bomb blast and ensuing gunfire resulted in the deaths of seven police officers and at least four civilians; scores of others were wounded.
In the internationally publicized legal proceedings that followed, eight anarchists were convicted of conspiracy. The evidence was that one of the defendants may have built the bomb, but none of those on trial had thrown it. Seven were sentenced to death and one to a term of 15 years in prison. The death sentences of two of the defendants were commuted by Illinois governor Richard J. Oglesby to terms of life in prison, and another committed suicide in jail rather than face the gallows. The other four were hanged on November 11, 1887. In 1893, Illinois' new governor John Peter Altgeld pardoned the remaining defendants and criticized the trial.
The Haymarket affair is generally considered significant as the origin of international May Day observances for workers. The site of the incident was designated a Chicago Landmark in 1992, and a public sculpture was dedicated there in 2004. In addition, the Haymarket Martyrs' Monument at the defendants' burial site in nearby Forest Park was designated a National Historic Landmark in 1997.
This 1886 engraving was the most widely reproduced image of the Haymarket Affair.
It inaccurately shows Fielden speaking, the bomb exploding, and the rioting beginning simultaneously.
Precisamos, urgentemente, aprender a usar métodos menos agressivos para obter o que queremos e frequentemente merecemos. O instituto da greve, como a praticamos no Brasil, está totalmente ultrapassado e não é o caminho correto, pois fere quem não deve ser ferido, a saber, o já mui sofrido povo brasileiro.
Have a nice weekend.
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