Roberto Henry Ebelt
08/11/2013 | Saved by the bell.
Na aula passada falamos sobre as pessoas que, tendo sofrido um ataque de catalepsia, eram enterradas sem grandes demoras, durante a idade média, na Inglaterra:
Durante a idade média, o vinho frequentemente era bebido em taças de madeiras, mas com o avanço na utilização de metais para produzir peças artesanais, as pessoas de maiores posses passaram a usar taças de estanho. O vinho, ácido, em contato com o estanho, produzia uma substância venenosa que podia provocar uma condição conhecida como catalepsia.
CATALEPSY: a condition of suspended animation and loss of voluntary motion in which the limbs remain in whatever position they are placed.
O indivíduo encontrado em tal condição, semelhante à de um cadáver, costumava ser enterrado como se morto estivesse. Com a falta de lugares nos cemitérios (isso na Inglaterra) começaram a reutilizar os campos santos. Ao abrirem os caixões dos enterrados, notaram que muitos cadáveres não se encontravam na posição em que se esperava que se encontrassem. Logo os coveiros (grave-diggers) chegaram à conclusão que estavam enterrando pessoas que ainda estavam vivas. A razão de isso estar acontecendo, eles não sabiam, mas concluíram que o mínimo a fazer seria aguardar algum tempo antes de enterrar os defuntos. Esse tempo de espera deveria superar, pelo menos, um dia. Esse prazo, portanto, sempre envolvia uma noite. Durante o período de espera, o corpo era colocado em cima de uma mesa e os parentes ficavam acordados durante a noite na esperança (ou não) que o camarada acordasse. Como o verbo acordar é TO WAKE, surgiu a expressão TO HOLD A WAKE (manter – os amigos e parentes – acordados) atividade que, em português, nós chamamos de velório.
Como vocês podem ver, a denominação de um determinado acontecimento ou ação varia de cultura para cultura. Ou seja, é impossível atingir um razoável conhecimento de inglês (ou de qualquer outro idioma estrangeiro) sem ter um mínimo de conhecimento da cultura dos povos que falam este idioma. Para nós, brasileiros, por enquanto, a cultura estrangeira que mais nos afeta é a americana. Mesmo com a "invasão cubana" dificilmente iremos nos interessar pela cultura de uma das últimas ditaduras gerontocráticas do planeta. Eu lamento muito ao dizer isso, pois Cuba, antes deste infeliz Fidel Castro introduzir o comunismo na ilha, era o mais adiantado país latino americano. E hoje, depois de mais de 50 anos de comunismo, é um dos países mais atrasados do mundo, graças à teimosia de um homem que, em 1959, foi a esperança de dias melhores para os cubanos que não estavam muito bem sob o comando de Fulgêncio Batista. Só lamento que nós brasileiros tenhamos que financiar está praga comunista que é o regime castrista.
Voltando a cultura americana e inglesa: apesar dos cuidados dos parentes dos falecidos, realizando velórios (holding a wake) para não enterrarem vítimas vivas da catalepsia, esses infelizes funerais de pessoas vivas continuaram a acontecer. A solução foi prender um cordão ao braço da pessoa a ser enterrada, ligado a um pequeno sino localizado fora da sepultura (sepultura = grave). Se o suposto defunto se acordasse de seu profundo estado de catalepsia, ele poderia acionar o sino e chamar a atenção do guarda do cemitério e ser desenterrado. Quando isso acontecia, dizia-se que a pessoa foi salva pelo sino (saved by the bell).
Em português, essa expressão foi transformada em salvo pelo gongo. Modernamente, um lutador de boxe pode ser salvo pelo gongo. É o que acontece quando um dos lutadores está muito mal e o gongo toca indicando que aquele round está encerrado. No pequeno intervalo que existe entre um round e outro, o infeliz lutador tem uma chance de se recuperar. A junção desses dois episódios levou-nos a crer que a expressão salvo pelo gongo tem tudo a ver com as lutas de boxe, o que não exatamente o caso.
De qualquer maneira, quero deixar claro que essa é uma versão (popular, mas não comprovada) da origem da expressão SAVED BY THE BELL. A versão comprovada por escrito tem ligação com as lutas de boxe.
Wikipedia nos informa o seguinte sobre os costumes americanos ligados a morte:
It is customary for Americans to hold a wake in a funeral home within a couple days of the death of a loved one. The body of the deceased may be embalmed and dressed in fine clothing if there will be an open-casket viewing. Traditional Jewish and Muslim practices include a ritual bath and no embalming. Friends, relatives and acquaintances gather, often from distant parts of the country, to "pay their last respects" to the deceased. Flowers are brought to the coffin and sometimes eulogies, elegies, personal anecdotes or group prayers are recited. Otherwise, the attendees sit, stand or kneel in quiet contemplation or prayer. Kissing the corpse on the forehead is typical among Italian Americans and others. Condolences are also offered to the widow or widower and other close relatives.
A funeral may be held immediately afterwards or the next day. The funeral ceremony varies according to religion and culture. American Catholics typically hold a funeral mass in a church, which sometimes takes the form of a Requiem mass. Jewish Americans may hold a service in a synagogue or temple. Pallbearers carry the coffin of the deceased to the hearse, which then proceeds in a procession to the place of final repose, usually a cemetery. The unique Jazz funeral of New Orleans features joyous and raucous music and dancing during the procession.
Mount Auburn Cemetery (founded in 1831) is known as "America's first garden cemetery".
American cemeteries created since are distinctive for their park-like setting. Rows of graves are covered by lawns and are interspersed with trees and flowers. Headstones,mausoleums, statuary or simple plaques typically mark off the individual graves. Cremation is another common practice in the United States, though it is frowned upon by various religions. The ashes of the deceased are usually placed in an urn, which may be kept in a private house, or they are interred. Sometimes the ashes are released into the atmosphere. The "sprinkling" or "scattering" of the ashes may be part of an informal ceremony, often taking place at a scenic natural feature (a cliff, lake or mountain) that was favored by the deceased.
A so-called death industry has developed in the United States that has replaced earlier, more informal traditions. Before the popularity of funeral homes, people usually held wakes in the *Parlour rooms of private houses.
- Parlour room: A room in a private home set apart for the entertainment of visitors.
That's all for today. Don't forget that the links above are all working. If you have any questions, send me an e-mail.
Have an excellent weekend.
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