Roberto Henry Ebelt
30/08/2015 | Escrevendo em inglês.
Quando vamos aprender inglês, temos cinco tarefas básicas pela frente e que se aplicam também ao aprendizado de nosso idioma nativo:
- Ouvir
- Falar
- Ler
- Escrever
- Redigir.
Ouvir não parece importante, mas, definitivamente, é a tarefa mais importante das cinco acima mencionadas. Tanto isso é verdade que uma pessoa com sérias deficiências auditivas, geralmente não consegue aprender a falar sem ajuda especializadíssima. Se não ouvir, a pessoa não conseguirá falar; e se não falar, não conseguirá se comunicar e, muito menos, redigir.
Falar nada mais é do que repetir o que ouvimos. Por isso não exponha seus filhos a formas erradas de comunicação e não ache bonitinhos os eventuais erros que eles venham a cometer.
Ler é interpretar os símbolos que representam os sons que utilizamos ao falar (exatamente como em português).
Escrever não chega a ser um problema, pois os símbolos que usamos para escrever em inglês são os mesmos que usamos em português e que aprendemos quando crianças.
Redigir: aqui, sim, temos um problema que exige bastante esforço por parte de quem está aprendendo inglês, pois envolve duas tarefas: trabalhar com conteúdo e com forma.
CONTEÚDO: temos que ter uma ideia clara do que queremos transmitir (problema semelhante que enfrentamos ao falar). É comum que as pessoas, ao começarem a falar (ou escrever), não tenham uma ideia clara do que querem comunicar. Isso pode parecer uma loucura, mas vejam só o exemplo da presidente da República que frequentemente nos brinda com frases que não tem pé nem cabeça. Um ensinamento que qualquer curso de oratória propicia é o seguinte: se não tiver o que dizer, não diga nada. O público ficará extremamente agradecido. Se for obrigado a falar e não tiver nada a dizer, simplesmente agradeça a oportunidade e pare pior aí. A tarefa de redigir sempre se apoia no que falamos. Redigir nada mais é do que pôr no papel o que queremos transmitir. Por isso, quem não consegue se expressar bem oralmente tende a se expressar mal quando escreve. Em inglês, a utilização do sujeito da oração é obrigatória (não existe sujeito oculto) e isso ajuda muito a pessoa que está falando ou redigindo um texto a colocar as ideias em ordem. Sempre deixe bem claro quem é o sujeito da frase, ou seja, quem está fazendo o quê. Quando o sujeito da frase está claro, tanto para quem fala (ou escreve) quanto para quem lê (ou escuta), não haverá mal entendidos. Frases curtas sempre serão mais fáceis de entender do que períodos compostos por várias orações. Depois de escrever um texto espere uns quinze minutos e leia-o novamente. Se não entendê-lo imediatamente, refaça-o. Se você não puder esperar 15 minutos, peça para outra pessoa lê-lo e explicá-lo a você. Se a explicação não for satisfatória, ela não entendeu. Refaça o texto. Antes de mandar um texto em português para ser traduzido, faça a mesma coisa. De preferência peça a uma pessoa que não esteja ligada ao assunto, pois o tradutor certamente não está ligado ao que você tem em mente.
FORMA: temos que transmitir o que queremos transmitir (o conteúdo ou aquilo que mencionamos acima) de uma forma socialmente aceita, sem gírias, palavrões ou grafias incorretas. À medida que ficamos mais liberais, a tendência é estender esta liberalidade para o que escrevemos. Temos, então, um problema grave, pois um eventual mal entendido, que poderia ser facilmente corrigido em um diálogo, no texto escrito, definitivamente, ficará mal entendido, causando problemas para quem o escreveu. Portanto, a forma passa a ser tão importante quanto o conteúdo e temos que ter a humildade de, ao falar ou escrever, usar formas que já ouvimos ou lemos em fontes confiáveis. Se assim não for feito, corremos o sério risco de (ao tentar escrever em inglês) apenas escrever em português com palavras inglesas (ou o contrário), fenômeno conhecido como DECALQUE.
Exemplos:
Entender GOOD DAY (uma expressão usada em despedidas) como BOM DIA (uma expressão usada em cumprimentos). A forma correta em português para despedidas é ADEUS.
Traduzir PARAQUEDAS por PARAFALLS, quando o termo em inglês é PARACHUTE.
Entender ou traduzir HOW DO YOU DO? por COMO É QUE VOCÊ FAZ? quando o correto é PRAZER EM CONHECÊ-LO/LA.
Traduzir GOOD MORNING por BOA MANHÃ, quando o certo seria BOM DIA.
Traduzir CATARATAS DO NIÁGARA por NIAGARA CATARACTS (Cataracts é uma condição anormal do olho); o certo seria NIAGARA FALLS.
Dizer GOOD NIGHT ao entrar em um ambiente. A saudação BOA NOITE em inglês é GOOD EVENING. GOOD NIGHT serve apenas para despedidas; jamais para saudações.
Ao trabalhar com um processador de texto, lembre que ele é semelhante a uma pessoa meio retardada (sorry for the politically incorrect expression): se o processador não entender o que você escreveu, verifique se não é possível ser mais claro. Se o processador entendeu, certamente um homo ou uma mulier sapiens também entenderá. É claro que tais programas, escritos originalmente em inglês, sempre funcionarão melhor em inglês, pois a morfologia e a sintaxe inglesa sempre serão mais lógicas e compreensíveis para eles.
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