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Mafalda Orlandini
01/07/2013 | O Primeiro Aninho do João
O João é meu segundo bisneto. No dia onze de junho, fez um aninho. Minha neta me chamou e disse que não iria fazer a festa convencional de um ano, mas que, se eu quisesse aparecer, haveria um bolinho para o aniversário não passar em brancas nuvens. Os avós, e os tios, e os padrinhos, com certeza, iriam dar um abraço no João à noite. Ainda não estou saindo à noite, precisei tomar coragem. Meu neto, Keko, veio me buscar às 19h30m.
Chegando lá, encontrei exatamente o que eu esperava; uma festinha bem caseira, própria para uma criança de um ano curtir. A mamãe encostou a mesa, as cadeiras e os sofás, deixou um vasto espaço ligado à sala para o João e o irmão brincarem O Pedro adora o João desde o tempo da gravidez da mãe. Esperava ansiosamente a chegada do irmãozinho. É tocante como ele cuida do irmão e o protege enquanto brinca. Sentaram-me em uma confortável poltrona e meus bisnetos vieram ao meu encontro. O menorzinho veio engatinhando. Aquele toquinho de gente ficou de pé, apoiado em meus joelhos, me olhou e sorriu. Parecia dizer “eu já te conheço bisa”. Fiquei comovida.
Aprovei o singelo cardápio, porque me preocupo com minha neta trabalhando e exagerando no preparo de festas, com dois filhos pequenos para atender. Havia uma respeitável quantidade de pãezinhos de cachorro quente, acompanhamentos de todos os tipos e um prato fundo de molho de salsichas. Serviu guaraná, suco e Coca Colas. Não havia nada de álcool. Depois vieram negrinhos, branquinhos e o bolo de aniversário. Beleza, tudo na medida certa. Esse é o cardápio preferido pelas crianças e os adultos também aprovam.
Há pouco mais de um ano, quando eu pensava que não chegaria a vê-lo nascer, não seria capaz de imaginar que o tempo passaria célere e eu poder-me ia emocionar com este quadro tão singelo. -‘Ele é uma graça, gordinho, com as perninhas bem fornidas. Quando engatinha, parece que tem um motorzinho. Levanta, dá só um passinho e senta novamente. A mãe disse que ontem era o último dia em que daria o peito porque ele já tem quatro dentinhos e morde. Safadinho, ele puxa a blusa dela e diz “teta, teta”.
Ele brincou o tempo todo, mamou, passou de colo em colo, tirou fotos, acompanhou os parabéns, bateu palminhas, tudo que um bebê comum faz. Engatinhava apressado, dando risadas. Depois brigou com o sono e dormiu. Será que essa cena tão rotineira na maioria dos lares merece uma crônica? Claro que sim. Um bebê esperado, amado, sadio, merece. Repetitivo para a maioria, nem todos entendem e valorizam esse milagre da vida. Um presente dos céus. Quantos desejam ter filhos e não os têm? Quantas crianças nascem com deficiências insuperáveis? Quantos têm que abandonar seus filhos por causa de guerras ou pobreza? Quantos não têm a felicidade de curtir um quadro familiar assim? E o que é mais estranho é que nem todos percebem o valor desse bem... Eu me sinto muito feliz e gratificada por fazer parte dessa família feliz de propaganda de margarina.
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