Mafalda Orlandini
13/01/2014 | Quinze Minutos de Fama
Há um ano, quando fiz minha primeira crônica, mais por uma brincadeira ou por um desafio, não esperava que levasse alguém a ler o que eu escrevia. É claro, confesso, sempre me senti uma colunista frustrada, sem coragem de escrever e não encontrando tempo para me dedicar ao que gostaria de fazer. Hoje, um ano depois, posso fazer mais uma brincadeira. Tenho o prazer e a obrigação de agradecer aos inúmeros e inesperados leitores que brotaram do nada e muito me orgulham.
Escrevi os dois primeiros textos porque ficava entediada, presa em casa à cadeira de rodas. Trabalhei corrigindo redações até os oitenta anos e me sentia inútil. Mas não é isso que quero contar. Ao mostrar os textos para meu filho ele se surpreendeu e disse que eram crônicas interessantes e se eu autorizava a publicá-las no seu site. Claro que poderia, sim, entretanto a minha intenção era mandá-las para ZH Zona Sul e ver se agradava. Não deu outra; As crônicas foram publicadas em ZH e no site do Ricardo. Tomei gosto e continuei contando lembranças da família.
Meu cantinho de trabalho.
No início, eu mesma fiz a divulgação. Avisei filho, noras, sobrinhos, amigos que estava contando lembranças e publicando fotos da família. Que poderiam lê-las no site do Ricardo. Amigos dos filhos, amigos queridos da infância até me ajudaram a relembrar fatos e passei a receber mensagens de pessoas que têm o hábito da leitura e que me emocionaram. Alguém me disse que eu escrevia com luvas de seda. Um leitor me afirmou que eu lembrava coisas que seu pai lhe falava. Outro elogiou a maneira de descrever Porto Alegre. Um leitor me afirmou que gostou de minha visão dos jacarandás, pois Erico Verissimo já falava com carinho sobre eles. Não demorou e eu estava com amigos em São Paulo, Florianópolis, Roca Sales, São Francisco de Paula, Toronto no Canadá. Mas eram leitores suspeitos porque eram parentes ou amigos da família que, às vezes, o fazem por gentileza ou para estimular uma pessoa querida.
De repente aconteceu algo inesperado. Pessoas que não me conheciam, e que têm o hábito de ler além dos noticiários começaram a me mandar mensagens. Uma senhora, com ascendência japonesa, gostou do modo como abordara a imigração japonesa no Rio Grande do Sul no século passado. Mandou-me lindos poemas e músicas que posso curtir quando desejar. Outro comentário que me emocionou foi quando outra senhora lembrou Cora Coralina que também começou a escrever com avançada idade e deixou uma obra lindíssima. Mandou-me uma foto dela e um poema. Alguém disse que eram ricas e interessantes as comparações que eu fazia entre o ontem e o hoje. Disse-me também que sua mãe que tem noventa e dois anos (sei que foi uma educadora emérita, membro do Conselho Estadual de Educação) hoje também domina o computador e lamenta que, quando exerceu o magistério, as professoras não tivessem os recursos de hoje.
Não cito nomes porque sei que essas pessoas vão se reconhecer nos meus comentários. Pois saibam elas que me deixaram muito orgulhosa e que jamais vou esquecer os seus comentários. Agora vem a brincadeira que prometi no início. A crônica de hoje tem o título de “Quinze Minutos de Fama”. Eu explico. No aniversário da minha nora, fui abordada por um “fã” que disse ler todas as minhas crônicas e chegou a copiar algumas para mandar a amigos. Adorei, Clóvis porque sei que és um homem sério, de muita cultura e não estavas brincando. Só faltou pedir autógrafo para me sentir uma verdadeira estrela.
Obrigada a todos pelo carinho e pelas emoções que me proporcionaram nesse ano que passou. Feliz 2014.
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